08. NOSSO FUTURO, HORIZONTALIDADE x VERTICALIDADE
DA SÉRIE – QUE CIDADE VOCE ESPERA PARA O FUTURO
Recentemente, Floripa foi alçada à condição de cidade líder da Região Metropolitana, ingressando agora na proteção do Estatuto das Metrópoles (Lei 13.089/2015) e, certamente, aguçou a curiosidade de muita gente que admira a nossa Região em especial a nossa capital. Mas isto vai ter um “preço urbano” o fluxo migratório turístico vai aumentar, jovens e aposentados virão se instalar por nossos maravilhosos distritos, a demanda por serviços passará para a escala geométrica. A cidade e Região precisam se planejar.
Estimativas pessimistas dão conta que Floripa, até 2040, portanto dentro de 20 anos, contará com uma população de 700 mil habitantes e a Região, 1,3 milhões. Hoje o IBGE informa que Floripa atingiu meio milhão de pessoas abrigadas em 150 mil residências. Os 200 mil novos moradores vão demandar 50.000 residências, 2.500 por ano, 208 por mês. Some-se a isso as demandas escolares, hospitalares, segurança e infraestrutura com especial ênfase na mobilidade e saneamento básico.
Felizmente, Floripa é uma das poucas cidades brasileiras que não pode se queixar da falta de espaço. Temos um enorme continente e como ilha podemos praticar aterros hidráulicos na medida dos necessários.
Vamos lembrar que Singapura, uma ilha, com idêntico território (700 km2) comporta 5 milhões de pessoas, preserva 60% do seu meio ambiente, não tem uma gota de esgoto, sua mobilidade urbana é excelente, seu povo é rico (80 mil dólares per capita ano) e feliz. Agora estão aterrando parte do mar para recepcionar mais 5 milhões.
Os “sábios” socialistas que se envelopam em “lideres comunitários” alegam que mais edificações vão contribuir para mais engarrafamentos do trânsito e mais poluição ambiental posto a inexistência de projetos de saneamento básico.
São afirmações falsas, postiças, inoportunas. Basta ver o Centro de Floripa e Continente, o Estreito, principalmente. Estão apinhados de prédios de 12 ou mais andares e onde está o engarrafamento? Quem mora no Centro não se queixa de “imobilidade”, tampouco, saneamento.
A imobilidade se dá pela incúria administrativa da Prefeitura que não abriga o Transporte Marítimo, os teleféricos e melhoras no transporte urbano. Já no saneamento, temos um Plano Municipal de Saneamento cujos investimentos somam 1,5 bilhão, mas a CASAN não faz os investimentos, não tem esse dinheiro. Por isso nossos rios, mangues, lagoas e praias andam poluídos.
O Plano Diretor deveria ser melhorado, deveria abandonar os princípios da “Carta de Atenas” que prega um “super-fatiamento” do território, e admitir a verticalidade em todos os distritos da cidade com 10 ou mais andares. Rubens Pecci brilhante arquiteto argentino nos ensinou que a cidade, especialmente a Ilha, em razão da sua topografia acidentada deveria optar pela verticalidade, que a atmosfera não é poluente. E onde não há sistema de esgotamento, aplica-se o artigo 223 do Código de Obras.
Afastando as deficiências do PD a cidade alcançará o seu futuro com mais renda, empregos e proteção social. Cabe ao futuro gestor da cidade atentar para estas demandas além de ir além, assumir as rédeas da liderança regional, propor um “Plano Diretor Regional”
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI
PRESIDENTE DO MDV