AGUA CARA E DE BAIXA QUALIDADE
Muita gente pensa que a CASAN – uma empresa de economia mista com 99,99% sob controle do governo do Estado, é uma boa solução para os serviços de água e esgoto de nossa cidade. Entretanto, o município de Floripa ostentava um dos piores lugares no Ranking do Instituto Trata Brasil de 2021 – 69º lugar entre as 100 maiores cidades brasileiras, e quanto a qualidade da água, muitos desconfiam da sua sanidade. A água mineral faz muito sucesso em toda a Região Metropolitana.
A balneabilidade de nossas praias também anda comprometida. Segundo relatório do IMA de 10/02/2023 pelo menos 21 praias eram impróprias para banho. Uma já seria um despropósito 21 é uma afronta. Em um ambiente com tal degradação ambiental tudo é enxergado como “nocivo à saúde” cria-se um sentimento de humilhação e desonra diante da destruição de ecossistemas e de seus habitats naturais
E não se alegue falta de recursos. O quadro a seguir revela o que a CASAN cobra dos usuários de seus serviços, por m3, e faz comparação com outras operadoras.
OPERADORA | AGUA ATÉ (50M3) | ESGOTO (50(M3) | TOTAL (50M3) |
BLUMENAU (JAN 23) (04/22) PRÓPRIO+CONCESSÃO BRK | 9,17 | 10,20 | 19,37 |
JOINVILLE (MARÇO 23) PRÓPRIO | 11,92 | 9,53 | 21,45 |
SANEPAR (04/22) – ECONOMIA MISTA/MISTA | 13,37 | 11,37 | 24,74 |
SABESP (04/22) – ECONOMIA MISTA/MISTA | 12,78 | 12,78 | 25,56 |
CASAN (07/22) – ECONOMIA MISTA/GOVERNO | 14,49 | 14,49 | 28,98 |
ITAPEMA 01/01/23 (CONCESSÃO) | 24,62 | 24,62 | 49,24 |
Na ordem crescente, Blumenau conta com um curioso modelo onde o SAMAE, que é público, controla a água e a BRK que é privado, controla os esgotos. Joinville, que se libertou da CASAN em 2005, opera uma Cia. Mista Municipal sob controle da Prefeitura e no Estado do Paraná, a Sanepar, uma Empresa controlada pelo Governo, mas com ações negociadas em Bolsa. O mesmo acontece com a Sabesp, em São Paulo.
Na amostra inserimos Águas de Itapema que é uma concessão exclusivamente privada, uma das poucas com ISO 9001. Vale ressaltar que até meados de 2005 as praias de Itapema eram totalmente poluídas com enormes “línguas pretas” espalhadas pela orla e no verão, faltava água. Indignados com o desprezo que a CASAN atribuía à cidade, as forças políticas tiveram coragem para licitar os serviços, saindo vencedora “CONASA Aguas de Itapema”. Hoje o município conta com um Plano Municipal de Saneamento fiscalizado pela ARIS, houve a universalização da distribuição de água, e a rede coletora já se aproxima de 200km de extensão. Não se descuidaram dos estoques de água inexistentes no município, construíram um reservatório para mais de 300 milhões de litros o que garante a segurança hídrica da população. Neste período, a cidade virou uma verdadeira “Dubai”, cresceu e se desenvolveu sem comprometer o meio ambiente. No IMA comparece com 03 pontos impróprios para banho.
Deve se ressaltar que o abastecimento de água de Floripa estava resolvido desde os primórdios do século XX, quando Gustavo Richard (1906/1910), implantou o primeiro sistema de água para a cidade. Fora o sistema oficial, o interior sempre contou com criatividade de seus moradores que captavam água de fontes próximas à suas moradias. Quando a CASAN chegou em fins de dezembro de 1970, Florianópolis ampliou a oferta, passou a captar água do Rio Cubatão.
Atualmente, Floripa é servida por 03 Sistemas de água – Rio Cubatão que abastece a Região Continental/Insular e cidades conurbadas, Sistema da Costa Leste/Sul, com água retirada da Lagoa do Peri, Sistema Costa Norte, aquífero de Ingleses via poços de captação, e alguns pequenos sistemas independentes como é o caso de Jurere Internacional e Pântano do Sul.
Toda Região Metropolitana não conta com um sistemas de “reservatório preventivo”, o que é uma insanidade operacional. Não podemos confiar eternamente no aquífero de Ingleses, tampouco que a Lagoa do Peri ofereça soluções para os próximos 50 anos.
É imperioso que se debata o atual modelo CASAN, velho e superado no tempo, colocando em risco de apagão sanitário, toda uma região, rica, próspera, que vem sendo pilhada pela CASAN, transferindo recursos locais para 194 municípios do Estado. É um insulto aos moradores da cidade e Região.
ADM DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE