NAZISMO CONTRA SOCIALISMO
O dia 27 de janeiro celebrou os 75 anos do fim de Auschwitz um temível campo de concentração de perseguidos pela doutrina nazista. Lendo os relatos dos últimos prisioneiros, os que entraram no ano de 1944 e 1945 (os anteriores foram mortos), é aterrorizante, algo incompreensível ao leitor de 2020. Cada “carga ferroviária” que chegava havia uma sinistra separação – crianças abaixo de 15 anos, mulheres grávidas e pessoas idosas iam direto para as câmaras de gás. Os demais eram então classificados para os trabalhos do campo. Passavam fome, eram submetidos às mais cruéis condições humanas, sem banheiros para todos, sem remédios, morriam de doenças graves (tifo, sarna) e desnutrição.
A doutrina nazista continha ações e pensamentos absolutamente condenáveis como endeusar a eugenia e elevar o arianismo à categoria de etnia superior, perseguir as minorias como judeus e ciganos sob o argumento de que eram responsáveis pelo desastre econômico da Alemanha e alimentar o grande sonho de uma potência a comandar o mundo.
Os campos de concentração começaram a aparecer tão logo Hitler e seu Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NATIONALSOZIALIST de onde surge a abreviatura Nazi) começaram a mandar em 1933. Foram evoluindo até chegar em 1945 com mais de 700 mil prisioneiros. O primeiro campo chamou-se DACHAU e estima-se que em toda a Europa ocupada segundo o Ministério da Justiça alemão tenha chegado a 1.200. Mas a Jewish Virtual Library estima muito mais, 15.000 unidades. Os principais: Majdaneck, Auchwitz, Buchenwald, Bergen-Belsen, Treblinka, Sobibor, entre outros.
O Fascismo cujo líder Mussolini havia rompido com os comunistas e fundado o seu próprio partido, tinha ambições menores, mas não menos tóxicas – desejo de ser um Estado Forte (ditatorial) com base na economia mista, principalmente, através de cooperativas. Sua doutrina consistia em ser contra o “capitalismo” modelo de economia que oprimia o trabalhador e enriquecia os aristocratas. Vale dizer que na Europa entre 1900 a 1945 a rejeição ao capitalismo era total. Buscava-se uma alternativa ao sistema “imperialista” e está se encontrava no “socialismo”. Os fascistas acreditavam que as nações e as raças deviam eliminar os indivíduos mais fracos em termos sociais e biológicos e as pessoas que consideravam “degeneradas” muito parecido com os ensinamentos nazistas.
Formando o tripé do mal, o socialismo. Assim como “Nazi” vem do encurtamento de nationalsozialist, o acrônimo GULAG em russo, significa Administração Central dos Campos, enormes espaços para deter prisioneiros, punidos com trabalhos forçados, torturas físicas e psicológicas. Eram piores do que os campos nazistas, mas, desde sempre escondidos dos olhos do mundo. Os Gulag tiveram vida longa, entre 1929 a 1953 até a morte de Stalin. Estima-se entre 450 a 500 campos de concentração e passaram por lá mais de 60 milhões de pessoas, milhares morreram de frio e fome, maioria assassinada brutalmente.
O nazismo e o fascismo foram extintos logo após a guerra em 1945, mas o socialismo não só não acabou como foi “exportado” e aceito pelo mundo, até nossos dias. O nazismo e o fascismo são condenados, defender essas doutrinas dá cadeia. E o socialismo porque não merece o mesmo desprezo? A mesma repulsão? Esta inexplicável esquisitice ainda não foi respondida pelos historiadores e, principalmente, pelos partidos socialistas brasileiros.
Publicado originalmente em ND IMPRESSO 13/02/2020
DILVO VICENTE TIRLONI
PRESIDENTE DO MDV