CORONA E REDUÇÃO DE SALÁRIOS PREFEITO VEREADORES

Lê-se nas Folhas e nas Redes Sociais que os Prefeitos, Vereadores, Governadores, num gesto magnânimo, pretendem reduzir seus salários e encaminhar estas “poupanças’ para um Fundo Público de apoio ao combate do Corona vírus.

Vejo estas ações com muita desconfiança, é possível até, que entre eles apareçam filantropos sinceros, egoístas arrependidos, humanistas de última hora, todavia, as experiências diárias informam que na seara política, “farinha pouco meu pirão primeiro”.

Sobram desconfianças sobra o “gesto popular”, posto que cortes de 20% nos “salários dos vereadores” pouco vai ajudar na solução dos problemas. É digamos um investimento em marketing (eleições em outubro) para melhorar a imagem do legislador e do executivo.

Caso os nobres edis e o Prefeito queiram de fato contribuir para a melhoria do Sistema Público de Saúde e outros serviços exigidos pela população, deveriam exercitar outras ações mais racionais, radicais e cirúrgicas da máquina pública.

O Orçamento da PMF e da ordem de R$2,180 bilhões parte vai para a Câmara de Vereadores e outra, a maior, vai para o Executivo, nos seus diferentes órgãos de execução.

A Câmara de Vereadores da cidade é um dos orçamentos mais caros do Brasil, 69 milhões. Como temos 23 vereadores, em tese, cada um CUSTA o equivalente a R$3 milhões de reais por ano, ou 250.000,00/mês, ou R$8.334,00 por dia. Os vereadores ganham 75% do Deputado Estadual, um salário mensal de R$19 mil reais. 20% deste valor equivale a 3,8 mil reais, uma ninharia perto dos custos atribuídos ao Poder Legislativo.

A decisão que se espera da Câmara de Vereadores é um projeto de caráter permanente que reduza os custos do Poder a 1/3 do atual orçamento, a 23 milhões de reais. Neste caso a população poderia aplaudir a poupança de 46 milhões destinada aos diferentes serviços públicos. Hoje os custos legislativos afrontam o bom senso financeiro, são um deboche ao contribuinte municipal.

O Poder Executivo também exibe abusos financeiros de toda ordem. Estima-se que 20% a 25% das suas despesas, entre 400 a 500 milhões,  sejam uma absoluta inutilidade. E como dizia D. Pedro II, toda a despesa inútil é um roubo da nação. São somas milionárias que poderiam ter um destino melhor.  Vamos a alguns exemplos. Há uma Secretaria da Cultura para, supostamente, cuidar da cultura, mas há também a FFCascaes que existe há mais de 40 anos para cuidar da cultura; há um IGEOF, que ninguém sabe ao certo o que faz; há um PROCON municipal brigando com a lei da oferta e procura, há subprefeituras que não exercem suas funções; há  uma Secretaria do Meio Ambiente  junto com a FLORAM, entre outras. Mas há a cereja do bolo, a COMCAP com seus 180 milhões sendo aplicados de forma  “extravagantes” quando o destino do lixo poderia ser feito com 1/3 deste valor.  

É diante de um cenário perdulário como este que a população perplexa lê a “boa vontade” de alguns vereadores e do próprio Prefeito Municipal. São iniciativas toscas quando comparadas com a necessidade de uma Reforma Administrativa do Município.

Quem critica tem a obrigação de oferecer alternativas ao atual quadro orgânico da PMF. O MDV se declara apto a contribuir com a cidade.

DILVO VICENTE TIRLONI

PRESIDENTE DO MDV

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