09. CULTURA ESQUECIDA – RECORDAR E VIVER
QUE CIDADE VOCE ESPERA PARA O FUTURO
A cultura, salvo honrosas exceções, não tem tratamento preferencial junto da maioria das cidades brasileiras e, Floripa, não é diferente. Entretanto, para preservar nossas raízes, nossa história e nossas origens, dependemos de bons programas culturais. Em muitos casos prevalece a pura ignorância de seus administradores, noutros, a negligência com o setor, na suposição de que os recursos financeiros têm destinações mais nobres.
Em Floripa além do desprezo pelas ações culturais, há o lado político-administrativo que atrapalha, há uma superposição de órgãos desnecessária, mas que consome recursos das atividades fins. Há uma Secretaria da Cultura que recepciona 3,8 milhões e a FFC com 5,36 milhões. É um flagrante desrespeito aos contribuintes da cidade.
Há tantas ações a serem implementadas que não se admite uma FFC tão inerte. Em tese a FFC poderia operar pelo menos 7 áreas distintas: artes cênicas, artes musicais, artes visuais, danças, letras e literatura, cinema, bens imateriais, além, é claro do Patrimônio Artístico e Histórico da cidade, os museus. Para cada segmento haveriam de ter setores especializados para implementar programas e projetos anuais pertinentes. Não é o que acontece.
Via de regra nossos gestores confundem um “bom escritor, pintor, jornalista” como um bom gestor. Acham que o ideal é escolher alguém “do ramo”. Do ponto de vista da gestão na maioria das vezes não funciona. Pressionado pela área cultural o Prefeito acaba atendendo o segmento e os desastres se repetem.
Há também muita malandragem dos chamados “promotores culturais” todos ansiosos para dar uma bicada no orçamento. Acabam trazendo outras companhias culturais de outras paragens que não nos interessam. Para isso há os recursos privados, quem quiser ter lucro com a cultura que desempenhe a atividade segundo as regras do mercado. As atividades de proteção estatal (mecenas) cabem aos artistas locais que não tem condições de levar adiante a sua arte.
Todavia não se pode conferir recursos à torta e à direita. Há que se ter qualificação para tanto. Para isso a FFC deveria implementar programas culturais e inserir exposições por temas, por datas comemorativas, históricas, realizar eventos teatrais, promover a boa competição entre os distritos, entre as escolas, há centenas de oportunidades a serem exploradas. Nestes certames ou eventos despontam aqueles que merecem por parte do município o seu apoio financeiro.
Promover as artes em todas as suas dimensões, propiciar condições adequadas a que o povo se expresse nos seus cultos, costumes, crenças, comportamentos, valores, na sua produção humana, com vistas a congregar os segmentos sociais, preservando a memória histórica, artística e cultural do município eis aí o caminho para uma gestão exitosa.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI
PRESIDENTE DO MDV