A TRAGÉDIA DO SANEAMENTO NA REGIÃO
Há alguns modelos institucionais que se exauriram, a CASAN é um deles. Já prestou relevantes serviços à RM e a capital, atualmente é uma CALAMIDADE operacional. Na cidade e região por onde quer que se vá, lá esta o dedo indicador apontando um passivo ambiental – ora rios, praias, mangues, lagoas, valas à céu aberto, línguas pretas por todos os distritos.
E quais as razões para tanto desleixo?
É preciso averiguar o modelo. Felizmente nada desabona a Empresa na área do desperdício de recursos, da corrupção, do trabalho. Sua Presidente e demais funcionários são valorosos profissionais, desenvolvem suas atividades com aptidão e presteza. Os problemas são de outra natureza.
É que o “modelo não cabe dentro dos recursos exigidos” ou seja, a CASAN tem que gerenciar 195 cidades, não tem orçamento para tanto, esta em estado financeiro deplorável.
No que compete às finanças da CASAN seu estado é dramático. Seu passivo circulante (2019) total é de 2.301.980 bilhões, ativos circulantes de 534.992 milhões, resultando uma relação 4,30:1, indicador de insolvência. Seus lucros são pífios. Não obstante ter acusado lucros de 119 milhões em 2019, sofreu prejuízos de 28,4 milhões em 2017 e 119,225 milhões em 2018, num total de 147,625 milhões. As despesas financeiras (juros) e amortizações já montam a 300 milhões por ano, 3 vezes o faturamento mensal da CASAN, mas há outro inconveniente grave, a amortização de curto prazo conforme segue:
Em milhões
Ano | Amortizações | Juros Estimados | Total |
2020 | 119.832 | 100.000 | 219.832 |
2021 | 242.136 | 100.000 | 342.136 |
2022 | 258.649 | 100.000 | 358.649 |
PÓS 2022 | 649.390 | 100.000 | 749.390 |
TOTAL | 1.270.007 | 400.000 | 1.670.007 |
Segundo o SNIS-Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento na Região Metropolitana, o índice de perdas de água entre 2015 a 2017, subiu de 36% para 43%, frente a média de SC de 37% e Brasil, 38%. Portanto de cada 100 litros de água tratado, 43lt são jogados fora. São custos extraordinários que impactam os resultados finais da Empresa. Regredimos.
O município de Florianópolis assinou um contrato de programa de 1,5 bilhão de reais para quinze anos em 2014. Deveria aplicar uma média de 100 milhões/ano, mas a CASAN investiu menos de ¼ disso. O Conselho Municipal de Saneamento e a própria Prefeitura além da ARESC não tomam nenhuma providência para revogar o contrato.
As Entidades representativas da Sociedade Civil como o CODENI, CODESI, CODECON, ACIF, CDL, SINDUSCON esbravejam, fazem reuniões, comparecem os representantes, mas são “enrolados” nestas ocasiões. Muitos acreditam na Estatal e nas suas informações, não obstante há mais de 12 anos, os ambientes físicos só piorarem.
É uma insensatez que as forças políticas da cidade ainda não se deram conta desta questão.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV