PONTA DO CORAL – A (I)RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
Leio nas folhas que o MPF entrou com ação de recuperação ambiental “integral” da Ponta do Coral, sobre o qual seria edificado o melhor projeto do Sul do Brasil, um hotel 5 estrelas, 09 praças públicas, ciclovias, uma marina com 300 vagas, ranchos de pescadores se transformariam em garagens para ferryboats, e os próprios, seriam empregados do empreendimento, levando e trazendo os turistas de passeios turísticos em torno da Ilha.
Segundo o MPF o terreno foi irregularmente transferido à iniciativa privada, pertence à União e como tal deve ser restituído, na sua integralidade. Os custos para uma “eventual” integralidade correm ás expensas do erário municipal e dos supostos proprietários. Como dizia Tom Jobim, no Brasil até o passado é incerto. A insegurança jurídica é uma praga, como prova este contrato adquirido legalmente, por particular, na década de 80, do século passado, posto em dúvida, agora.
Quem conheceu o Projeto logo lembrou das fantásticas obras de DUBAI até porque o hotel guardava semelhança com outro, o Hotel Burj Al-Arab, considerado o hotel mais luxuoso do mundo.
Seria um presente para a cidade, oferecido pela Empresa Hantei, de larga tradição construtiva no meio local. Mas mais do que isso, nossa cidade seria alçada de patamar no turismo, haveria geração de muita renda e, sobretudo, centenas de empregos de qualidade.
Tudo caminhava bem até entrar em operação a “turma do atraso”, brasileiros transvestidos de cubanos, achando que a área “era do povo assim como o céu é do condor”. Eram (são) partidos políticos socialistas, ONGs à época remuneradas pelo Governo, Movimentos sociais, todos marxistas, que iniciaram “piquetes” em frente ao imóvel para sensibilizar outras forças que sabiam existir, justamente, onde sempre pinçaram bons quadros para parar projetos da cidade, no MPF. Empurra daqui, dalí, conseguiram suspender as licenças ambientais e o projeto sofreu temporária paralização. Seus idealizadores, contudo, não abandonaram o projeto, aguardavam mudanças na gestão da cidade e mudanças nos ambientes públicos, especialmente, órgãos de fiscalização como o é o MPF.
Agora se vê tudo continua como dantes no quartel dos Abrantes. A Ação pede que a Justiça Federal determine à União, ao IBAMA, à FLORAM que efetuem estudos ambientais e recuperem os ecossistemas de forma definitiva, proibindo a emissão de novas licenças.
Por que não pensar ao contrário, estimular a sua edificação, ajudar na construção do futuro da cidade, do turismo, da tecnologia? Vale ressaltar que o projeto original consumiu milhões de reais para estudar e finalmente, propor, um empreendimento ambientalmente saudável, socialmente inclusivo, tudo segundo as leis que regem a matéria.
Lembro aqui os esforços empreendidos por outros investidores e que só foram viabilizados pela tenacidade de seus idealizadores, todos vítimas destas forças retrógradas – Shopping Iguatemi, Costão Golf Club, Jurerê Internacional, Shopping Floripa, SOScárdio, entre outros.
Cabe destacar os objetivos claros da ação, inviabilizar o Parque Hotel Marina Ponta do Coral, empreendimento de 18 andares cujos argumentos estão respaldados em seis perícias das áreas de arquitetura, Engenharia Civil, Antropologia, Arqueologia, Geologia, Engenharia Sanitária e Biologia. Inacreditável que tenhamos isto como argumentos.
O que os nossos procuradores precisariam debater, com a mesma importância, é a renda, o volume de impostos, os empregos diretos e indiretos gerados num empreendimento destas dimensões. O avanço que a cidade daria em termos de inovação tecnológica, do turismo, a qualidade do terminal marítimo (marina). Há certos empreendimentos que são projetados que deixam de ser do seu idealizador, pela sua importância, passam a ser “projeto da cidade” e a Ponta do Coral é um deles. Desafortunadamente, parte da cidade, confortavelmente instalada em seus gabinetes, são contra. Uma afronta a quem deseja o melhor para o futuro de seus filhos e netos.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV