POTENCIALIDADES DO NORTE DA ILHA
Ingleses é um distrito geopolítico insular do município, comporta mais de 40 mil pessoas fixas, tem vida própria, um florescente comércio de bens e serviços, belezas extraordinárias, mas seu aspecto é de uma “cidade” velha, lembra remendos urbanos sempre em busca de uma restauração. Ingleses, não obstante a sua pujança, avança em direção ao passado.
Esta forma obsoleta de recepcionar o desenvolvimento só nos trará mais dor de cabeça no futuro. É preciso libertar Ingleses, o Distrito implora por um grito de liberdade. Tudo lá está represado, as obras públicas e privadas, a renda e o emprego.
O forasteiro que deseja ir até a Lagoa da Conceição, vai ter que usar o único meio de acesso – a Rodovia João Gualberto Soares, que sai do centro do Distrito, passa pelo distrito de São João do Rio Vermelho e alcança o Distrito da Barra da Lagoa. No seu percurso há acessos à maior praia da Ilha – Moçambique, ao PAERVE, à Costa da Lagoa, por via lacustre, no seu final, o próprio Distrito da Lagoa da Conceição. São lugares de extraordinária beleza, vistosos, uma perfeita harmonia entre o mar e a terra.
A TABELA DE LIMITES DE OCUPAÇÃO do Plano Diretor, é uma afronta ao bom censo. Por lá não se pode construir mais do que 3 pavimentos. Os resultados são catastróficos, tudo está sendo ocupado por “puxadinhos” construtivos, por modestas construções, formato “caixas de fósforos” que pouco acrescentam ao combalido espaço urbano do Distrito.
As margens da Rodovia João Gualberto Soares imploram por edifícios de 15 a 30 andares, com modelagens modernas, para abrigar moradores, investidores, a modernidade.
Outra via central que também implora por liberdade construtiva é a Rodovia 403, desde o seu início (onde funciona a HAVAN), cortando o bairro de Vargem do Bom Jesus, até a Praia de Ingleses. São espaços servidos por energia, telefonia, mobilidade urbana. Quanto ao saneamento a viabilidade quer operacional como financeira não apresenta problemas.
Nunca entendi a razão destes represamentos. Porque submeter a população a este “sacrifício” urbano quando poderíamos navegar em céu de brigadeiro com milhares de oportunidades de negócios gerando IPTU/ISS e empregos. Sempre é bom repetir, o emprego é a “melhor cesta básica” que se pode oferecer à população. Com o emprego as pessoas compram a moradia, a alimentação, o vestuário e até o lazer.
Vale lembrar que Ingleses, por inação das autoridades, acusa pelo menos duas chagas sociais, a favela do Siri/Arvoredo e a favela do Mosquito, nas encostas do morro do Bairro Vargem do Bom Jesus. Estas iniquidades podem e devem ser extintas com programas perenes de financiamento vindos do segmento construtivo. Mas é preciso agir, usar criatividade.
Floripa é vocacionada para ser a Cingapura dos Trópicos, temos todas as condições para que o mundo invista aqui. A cidade é maravilhosa, cortada por boas rodovias, praias deslumbrantes, falta-nos, quebrar a última barreira do desenvolvimento, a flexibilização construtiva.
Oferecemos ao mundo, aos investidores, um mundo educacional concentrado, único no Brasil, com mais de 30 unidades universitárias, escolas técnicas, um sistema de saúde eficiente, criminalidade baixíssima para os padrões das grandes cidades. Temos, portanto, um universo cheio de atrações aos investidores.
Vale ressaltar por último que devemos reformar o Plano Diretor, atualizá-lo, especialmente, recepcionar o Código Florestal no que diz respeito à proteção do meio ambiente. Vamos proteger as APPs, as Unidades de Conservação, a patrimônio histórico e cultural, as dunas, fora disso, vamos deixar que a criatividade privada construa a cidade. Ganham todos especialmente, a classe trabalhadora.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV