FLORIPA E AS DESPESAS INÚTEIS

D. Pedro II, numa das reuniões do Conselho de Ministros, debatendo os gastos do País disse “toda as despesas inúteis são roubos da nação”. Aludia às críticas vindas de vários setores “republicanos” sobre os desperdícios da Corte. Já se passaram mais de 120 anos deste episódio, mas o Brasil continua perdulário, esbanjador dos recursos públicos.

A praga dos gastos inúteis não se dá só na República, ela desce a montanha, chega ao Estado e ao município. Aqui em Floripa, o desperdício é flagrante.

O Orçamento Municipal de 2021 é de R$2.386.128.656,00 para o Executivo e R$68.550.274,00, para o Legislativo.

O atrevimento, o abuso dos recursos públicos começa logo pela Câmara Municipal. Por lá trabalham 23 vereadores, portanto cada vereador nos custa, em salários diretos, funcionários e despesas administrativas, nada menos do que R$2.980.446,69 por ano, ou R$248.370,55 por mês. A Câmara gasta mensalmente, a bagatela de R$5.712.522,82, é uma fortuna financeira que afronta os contribuintes e nos coloca, seguramente, como uma das Câmaras mais caras do País.

No Executivo os desaforos são ainda mais aviltantes. Há despesas inúteis para todos os lados onde a lupa alcança. Registre-se que não se deve estas estruturas arcaicas e desatualizadas ao GEAN cuja gestão, em que pese as perversidades financeiras vem se revelando um excelente gestor.

Vamos dar três exemplos de inutilidades administrativas, mas que custam o olho da cara ao contribuinte. A primeira constatação é o IGEOF. O que faz este instituto no organograma do município a não ser consumir R$679.083,00? O leitor desatento poderá dizer, são apenas 680 mil, não são nada. Claro, fosse está a única “pequena” despesa seria até perdoável, mas há dezenas delas espalhadas pelos retângulos do organograma oficial sem mencionar que em muitos, há os famosos “aspones”, ilustres cabos eleitorais do conjunto partidário que elegeu o Prefeito.

Outra boa constatação é a gestão do Mercado Público. Entre 2013/2015, após incêndio das instalações a PMF compareceu com investimentos da ordem de 10 milhões de reais, além de uma cobertura metálica automatizada que custou mais 4,2 milhões. Recentemente, o MPSC desejava interditar o local por falta de manutenção. Como tudo por lá é responsabilidade da PMF qualquer investimento, sai do bolso do contribuinte. A concessão de uso, a título oneroso dos espaços “box” do Mercado Público de Florianópolis em 2011, não contemplou a sua gestão. A PMF retira um pequeno aluguel, mas insuficiente para manter a eficiência dos serviços. Urge que se crie uma gestão privada de todo o Mercado Público, uma PPP, que afaste a precária gestão pública. Lá é local para profissionais da iniciativa privada, não para burocratas.  

A cereja do bolo fica por conta da coleta de lixo desenvolvida pela COMCAP. Os números são superlativos, R$185.379.771,00 na Autarquia e mais R$55.896.000,00 no Fundo Municipal de Saneamento, perfazendo o montante de R$241.275.771,00 ou seja R$20.106.314,25 por mês. Estas iniquidades são perpetradas contra o contribuinte há muitos anos.

Municípios como Joinville, Jaraguá do Sul, São José, Criciúma há muito tempo vem realizando os serviços pela iniciativa privada, cujos custos são 50, 60% mais econômicos do que a COMCAP. Floripa se atrasou, ficou a reboque de forças do atraso que insistem em manter a COMCAP “pública” para deleite de meia dúzia de sindicalistas que se utilizam da boa-fé de muita gente para perpetrar um insulto contra o pai e mãe pobre da cidade, contra o emprego, contra o contribuinte.

Estas obscenidades têm que acabar.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE

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