CASAN CAPACIDADE DE INVESTIMENTO
Leio nas folhas que a CASAN se prepara para comprovar sua capacidade econômico-financeira do Marco Legal do Saneamento, todavia, por operar 194 municípios, por mais recursos que tenha, sempre serão poucos diante das demandas municipais.
De algum tempo a esta data a CASAN vem sendo bem administrada, não se tem notícia de corrupção, a atual Diretoria vem cumprindo ações de enxugamento da máquina administrativa, há respeito ao processo licitatório, mas acusa profundas limitações na sua capacidade financeira.
Conta com uma estrutura financeira ativa dramática frente aos passivos existentes, coisa de 1:3,02, ou seja para cada 01 real de ativos tem 03 de passivos. Deve ser acrescentado que nos passivos os empréstimos e Financiamentos são expressivos, 70% dos débitos (1.253.787/1.789.179), indicando que sua capacidade de tomar empréstimos está esgotada. A única solução para propiciar novos investimentos seria o Governo fazer aportes de capital. Mesmo assim, para a RM e Floripa não traria nenhum benefício, salvo se o aumento de capital pudesse vir com aplicação dirigida. Todavia por ser uma S/A este mecanismo fica vedado.
O leitor tem que prestar atenção nos números a seguir. A CASAN faturou com água e esgoto, no exercício de 2021, nas 04 regiões administrativas 1,34 bilhão, assim distribuídos:
Região | Água 2021 | Esgoto/2021 | TOTAL | % |
Metropolitana (Floripa&Outras) | 409.952 | 174.967 | 584.919 | 43,57 |
Sul Serra | 201.474 | 35.643 | 237.117 | 17,67 |
Oeste | 236.765 | 34.343 | 271.108 | 20,19 |
Norte Vale | 236.352 | 12.842 | 249.194 | 18,57 |
Total | 1.084.543 | 257.795 | 1.342.338 | 100,00 |
A Região Metropolitana, contribui com 43,85%, Floripa com 278 milhões (29%); São José com 107 milhões (10%) e 50 milhões (4,85%) para outros municípios levando à clara conclusão que a RM carrega a CASAN “nas costas”.
O Modelo implantado na década de 1970 deu certo até alguns anos atrás, agora, ele se exauriu. É impraticável uma Estatal atender 194 municípios, não por outra razão, SC, acusar índices tão desabonadores na avaliação da cobertura sanitária. Entre as 100 maiores cidades brasileira, pelo Instituto Trata Brasil, Floripa desponta com um humilhante 60º lugar em 2021. Um desprezo à capital do Estado.
Para a RM não faz o menor sentido ficar atrelada à CASAN. A RM pode se afastar da Estatal, nosso mercado é suficiente para atrair Investidores dentro do novo Marco Regulatório. Fique claro que não queremos a privatização da CASAN, desejamos tão somente, que a Região Metropolitana seja apartada, e tenha uma gestão própria, através de um Consórcio Municipal. Estima-se que este Consórcio poderá levantar recursos da ordem de 4 bilhões de reais.
Só dependemos de determinação política, um valor nem sempre presente em nossos políticos locais.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE