CIDADES MODERNAS E ATRASOS
A melhor avaliação que se pode fazer entre cidades é comparar o estágio atual de uma em relação a outra.
Singapura é a sede de um arquipélago formado por 63 ilhas, é uma cidade-Estado localizada no Sudeste Asiático, área de 716,1 km2 com 5,6 milhões de pessoas. A densidade habitacional é de 7,5 mil habitantes por km2, tem um PIB per capita de US$ 81.345, um IDH de 0,939 12º do mundo, e sua população é feliz. Ninguém afirma que a cidade vai afundar.
O tamanho de Singapura nem sempre foi assim. Implementaram projetos de aterros sucessivos unindo pequenas ilhas à ilha maior atingindo a atual área, mas há projetos para anexar mais 100 novos k2. Seu território é altamente urbanizado metade dele é coberto por vegetação não obstante a presença da indústria constituída de mais de 26% do PIB, contando com setores de eletrônica, refino de petróleo, produtos químicos, entre outros.
Floripa conta com 674,84 km², 6% menos do que Singapura, preserva em torno de 60% do seu meio ambiente, tem uma população de 537.213 habitantes, densidade de 796,1 hab./km², 10% de Singapura, IDH de 0,847, alto para os padrões brasileiros e um PIB per capita de US$8.000,00, 10% de Singapura. Aqui a indústria é proibida e há quem já tenha calculado que o máximo de pessoas residentes ronda em torno de 01 milhão. Afirmam que mais do que isso, a Ilha vai afundar.
Quais as razões que nos levam a este quadro tão distante dos asiáticos? Alguém poderia dizer que seria o tempo de fundação da cidade, o que não é verdade. Há pouco menos de 60 anos, Singapura era um “país lixo”, reduto de marginais, crime organizado, população pobre. O que redimiu o País foi a ascensão de Lee Kuan Yew conhecido como o estadista que transformou Singapura de pequena cidade portuária, sem recursos naturais, em um dos mais ricos centros financeiros mundiais. Ele introduziu boa educação e segurança e, sobretudo, deu liberdade econômica aos empreendedores.
No Brasil temos algo semelhante, Camboriú e Itapema que introduziram a liberdade construtiva e hoje voam em “céu de brigadeiro”. É tanto dinheiro que Camboriú adquiriu frota nova de ônibus e estabeleceu a gratuidade do transporte coletivo. Camboriú e Itapema parecem a Dubai dos trópicos.
E Floripa como anda neste quesito? Pobre Floripa! Temos um Plano Diretor, não obstante a sua atualização ora em vigor, é um monumento ao atraso. Bastariam pouco mais de 10 cláusulas para informar o que é APP, reservar as áreas para projetos de infraestrutura e informar os afastamentos. Em tudo o Estado quer se intrometer, na altura dos edifícios até onde se deve ou não construir um hotel. É uma sandice administrativa própria de um socialismo moreno, atrasado, obscuro.
Onde está escrito que a verticalidade polui? Em nenhum manual de engenharia do mundo vamos encontrar estes disparates técnicos, mas aqui, as Forças do atraso junto com o ativismo judicial impediram e impedem que a SC401, por exemplo, tenha arranha céus de 40, 50 andares. O que é grave, é que estes palermas não percebem que além de gerar muita renda e empregos, há, igualmente, o recolhimento de muitos impostos, durante e após a construção. Vale sempre lembrar que o IPTU cobra em média 2% do valor venal do imóvel. Assim a cada 50 anos, só de IPTU, entram para os cofres municipais o prédio de 50 andares, recursos que vão financiar a creche, a escola, a saúde e a infraestrutura.
Enquanto não se inserir a liberdade do empreendedorismo abrimos espaços para que a miséria avance, que os subempregos e seus baixos salários prosperem ampliando ainda mais as invasões e os espaços conflagrados. A responsabilidade recai em grande parte aos militantes judiciais e suas milícias do atraso instaladas dentro de associações comunitárias, UFSC e parte nos partidos socialistas. Quem participou de reuniões comunitárias para tratar do tema, sabe do que essa gente é capaz.
ADM DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE