CRESCIMENTO ECONÔMICO (E SOCIAL)
Minha vida profissional esteve sempre atrelada ao desenvolvimento, como técnico e como professor de Finanças. Além dos conhecimentos acadêmicos, a aplicação prática dos conceitos me deu régua e compasso para criar convicções, que escapam a maioria da população quando falamos em desenvolvimento econômico.
Não há a mínima possibilidade de crescimento econômico, consequentemente, social, quando estão ausentes as correntes de Investimentos. Não por outra razão, o mundo todo recebe os empreendedores, com “tapetes vermelhos”. É que estes personagens trazem “dinheiro no bolso” e como se sabe, tudo na vida, depende dos recursos financeiros.
Há outras variantes para aplicação das poupanças – que a cidade permita os grandes empreendimentos, modernos, seguros, futurísticos, para serem atraentes. Há muitas cidades no mundo que se esforçam para atrair os investidores, nós, aparentemente, os rejeitamos. Os grandes negócios, exigem liberdade de opção, leis parceiras e sobretudo, segurança jurídica dos contratos. (Ver o que aconteceu com a Ponta do Coral, Costão do Santinho, SOScárdio, Jurerê Internacional, entre outros)
Floripa é uma cidade especial, tem atraído o interesse do mundo para suas belezas naturais, seu alto nível de educação, sua qualidade de vida e lazer. Podemos ser a Cingapura dos Trópicos, todavia é preciso avançar em nossa principal lei – o zoneamento, uso e ocupação do solo. A lei atual é um monumento ao atraso, usa e abusa do advérbio “não”, quase tudo é proibido. Já estamos pagando o preço destas iniquidades, mais de 60 pontos de favelas e muitos moradores de rua. Estes sintomas podem e devem ser mitigados com INVESTIMENTOS.
Há os que acusam que a doutrina desenvolvimentista poderá acarretar males insuperáveis ao meio ambiente. É justamente, o contrário, a ausência das grandes obras, das grandes edificações que por sua vez geram outras menores, é a causa destas arbitrariedades.
Melhor fazer comparações. Floripa tem área total de 675,4 km2, uma população estimada de 508 mil habitantes (2021) o que equivale a 623,7 habitantes por km2. Tem um IDH de 0,847, o 3º do Brasil, um PIB per capita de R$40.162,00 por habitante. Protegemos 60% de nosso meio ambiente.
Cingapura no sudoeste asiático também é uma ilha quase do mesmo tamanho de Floripa. Tem área de 716,1 km2 (6% maior), tem uma população de 5,6 milhões, densidade de 7.540 habitantes por km2, (10 vezes de Floripa) uma renda per capita de 81,3 mil dólares e IDH 0,935, o 9º do mundo. Estão aterrando parte do litoral para abrigar mais 5 milhões de pessoas. A cidade tem 60% de seu meio ambiente preservado, não tem uma gota de esgotamento sanitário e resolveu seu problema de água. Lá há liberdade de se construir e qualquer turista se encanta com o que presencia. Vale sempre lembrar que a atmosfera não é poluente.
Quando da confecção do PD (2006/2012) as forças do atraso eram convictas de que a “cidade iria afundar” se fossem autorizadas a verticalidade para 12 ou mais andares. Desde então a cidade se “cubanizou”, aliás outro bom exemplo para enxergar o que acontece quando os investimentos desaparecem.
Portanto se você se filia a estes “projetos acanhados” esteja certo, seus filhos e netos, pagarão o preço. Caso você já esteja bem empregado, com sua vida financeira garantida, lembre-se que há uma enorme onda de desempregados, pais de famílias, mães desesperadas em busca de um emprego. É para esta população que devemos olhar.
Até 10 anos atrás o Estreito não era opção de moradia de muitos moradores. Era um bairro “retraído, envergonhado”. Bastou flexibilizar a verticalidade, a região se tornou poderosa, robusta, passou a gerar renda, impostos e sobretudo emprego. Ao avistar a Beira Mar Continental pelo lado insular é possível ver a grandeza do Estreito rumo a um futuro melhor. Lá é preciso, agora que se libere os empreendimentos para 20, 30, 50 andares.
Como ficou demonstrado, é preciso que a lei resgate a riqueza escondida nos diferentes distritos, a imobilidade ou o “medo do desenvolvimento” só nos traz mais miséria, mais favelas, mais desespero junto das famílias pobres.
Pense nisso.
ADM DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE