PASSIVOS AMBIENTAIS E OS MANGUES DA CIDADE
A Estação Ecológica de Carijós compreende 2 grandes mangues – Ratones (SC402 acesso à Jurere Internacional) e Saco Grande (SC401 lado esquerdo sentido Canavieiras). São 800 campos de futebol de de área conservada e dentro dela vamos encontrar cerca de 148 espécies de aves, 42 espécies de peixes, além de mamíferos, anfíbios e répteis ameaçados de extinção, como o jacaré-de-papo-amarelo. O Mangue é banhado pelo Rio Ratones que por sua vez recebe águas do Rio Papaquara. Este fica próximo da ETE de Canavieiras, frequentemente, são extravasados milhões de litros de esgoto que são despejados no Rio Papaquara, poluindo toda a Região.
Em tempos de eleições é sempre bom lembrar aos candidatos que estas iniquidades devem ter fim. E qual a solução? Denunciar o contrato que a cidade mantém com a CASAN.
Em 2007 venceu o contrato antigo que a cidade mantinha com a CASAN. Foi no tempo do Dário Berger. Tudo se encaminhava para uma nova licitação, até que entrou em operação a chamada “esquadra política”, melaram a Licitação Pública, e renovaram, ilegalmente, com a ESTATAL. Fizeram na verdade um acordo provisório enquanto se aguardava a confecção final do Plano Municipal do Saneamento Básico (PMSB). Atentaram contra a cidade.
Pronto o PMSB através da lei municipal 9400/14, foram contratadas com a CASAN as novas metas para a cidade. Estavam previstos 1,5 bilhão e só para saneamento, 1,2 bilhão. Cabia a CASAN fazer os investimentos, uma média de 100 milhões durante 15 anos. Já se passaram 6 anos, e os passivos só aumentaram, prova inequívoca de que a “parceria” não vem dando certo. Em 2019 éramos o 57º lugar no ranking das 100 maiores cidades brasileiras do Instituto Trata Brasil, agora evoluímos para 59º.
Afinal quanto a CASAN aplicou nestes últimos 6 anos? Ninguém sabe, só a CASAN. É que diante da penúria financeira passou a omitir os resultados em seu Balanço anual. Antes, a ESTATAL divulgava o nome do projeto, local, total a ser investido e as aplicações realizadas. Desde 2016 estas informações são sonegadas dos usuários da Empresa. Suspeita-se que aplica algo como 20 milhões ano. Em março de 2019 entrou em operação o projeto URA – Unidade de Recuperação Ambiental, na Beira Mar cujos custos anunciados e depois registrados no Balanço foram em torno de 20 milhões.
Os maiores patrimônios ambientais do município são sem dúvida, seus manguezais. O manguezal do Itacorubi é um dos maiores espaços naturais urbanos do Brasil, precisa ser cuidadosamente, preservado. Mas por lá desemboca o Rio Itacorubi e como todos os nossos rios, também anda poluído colocando em risco todas a flora e fauna da região.
Floripa já resolveu os problemas da educação, da saúde (não somos um padrão alemão de qualidade, mas contamos com excelentes serviços universais e gratuitos) precisamos agora derrubar o “muro da vergonha ambiental”. Não há como tergiversar, a CASAN é um modelo exaurido, da década 1970, foi útil naqueles tempos, hoje, não. Precisamos de um modelo nosso, regional, licitado internacionalmente.
Lembro que a Grande Maceió (aproximadamente do tamanho de Floripa e Região) há poucos dias atrás licitou, dentro dos novos marcos regulatórios do Saneamento, o seu sistema de esgotamento sanitário. Abriu a licitação com 15 milhões, e ao final e cabo, resultou um valor de 2 bilhões. Ou seja, a cidade embolsou tudo o que havia investido, cabe agora, aos novos investidores fazer as inversões contratadas.
O modelo precisa ser replicado em Floripa e Região.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV