PENEIRA PÚBLICA – O QUE DÁ PARA FAZER – 46 milhões

Um cálculo simples indica a farra dos gastos com dinheiro público na Câmara de Vereadores de Floripa. São 69 milhões que serão torrados em 2020. É um dinheiro que como se verá, vai faltar para nossas creches e escolas.

O salário de cada um dos 23 vereadores é de 19 mil reais. Portanto, a soma anual deste valor será de 19X23X13 (13º) = 5.681 milhões. Tomando o orçamento de 69 milhões, diminuindo os salários de 5,681, perfaz um valor de 63,3 milhões. De se perguntar onde será aplicada esta diferença?

Para completar informações ao leitor vale lembrar que estes recursos, (63,3) serão aplicados em penduricalhos diversos como assessores, folha de pessoal, inativos, materiais, sistemas, TV Câmara, via de regra muitas despesas desnecessárias, uma forma legal de surripiar o IPTU da cidade. Os 69 milhões da cidade correspondem a 25% do IPTU.

Fazendo um “alongamento cerebral” dá para projetar que a Câmara de Vereadores poderia operar com 23 milhões de reais (5,681 para os vereadores e 17,319 milhões para outras despesas) economizando nada menos do que 46 milhões, 2/3 dos gastos atuais.

Com as economias propostas a poupança poderia ser destinada à vários projetos alternados e à guisa de curiosidades orçamentárias registramos alguns:

  1. Edificação de casas populares: 46 milhões, tomando-se o metro quadrado construído informado pelo SINDUSCON, 1.799,84/janeiro 2020 = 25.557m2/50 = 511 casas populares.
  2. Vagas em Creches: 46 milhões, tomando-se o equivalente a R$1,000,00 por vagas seriam 46 mil vagas, ou seja, 3.833 crianças atendidas durante 12 meses. Seriam 20 creches com 190 alunos.
  3. Adicional para professores – como todos reconhecem a educação vai mal, nossa avaliação no PISA é um humilhante 57º lugar. Floripa, tem uma boa avaliação no conjunto da educação, mas estamos longe de atingir níveis de países desenvolvidos. Tudo isso se deve a uma questão central, a formação dos professores. Para melhorar e atrair melhores profissionais 46 milhões poderiam ser usados como um “adicional” de produtividade, digamos, R$500,00 mensais ou 6 mil por ano. Daria para atingir 46 milhões/6000 = 7.666 professores, todos os professores da ativa.

Em resumo, o leitor deverá se perguntar, mas como mudar tudo isso? As respostas, de fato, são difíceis, não dispomos de mecanismos legais para dar um basta nestas afrontas. Mas tudo tem um início e o que o artigo propõe é o debate do problema. Tudo o que os olhos não vêm o coração não sente.

A solução começa abrindo os olhos.

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