PLANEJAMENTO – A ARTE DE TRAZER O FUTURO PARA HOJE

Planejamento é tão importante que o Presidente do IPUF deveria ser o Prefeito”

Sempre me encantaram AS GRANDES OBRAS de engenharia, Itaipu, BRs, Portos, Aeroportos, grandes edifícios, entre outros. Quando fazia Pós-Graduação/FGV/SP em Administração, um professor americano trouxe como exemplo os planos da Shell que envolviam os “próximos 50 anos”. Quando se é jovem, 50 anos é uma eternidade, muitos da sala acharam um exagero, uma “bravata professoral” sem necessidade. A maioria não acreditou em tempo tão dilatado. Mais tarde, na vida profissional, verifiquei que o horizonte da Shell estava adequado àquele tempo, o modo de produção, do crescimento esperado da organização. Nos dias atuais, o planejamento tornou-se ainda mais necessário diante das rápidas mudanças a que somos submetidos, especialmente, porque, o tempo foi substancialmente, comprimido. Os 50 anos da Shell diante do tempo das novas tecnologias fracionou-se, em 2, 3, 5 anos. “Navegar célere é preciso, planejar também”.

Focando uma cidade dinâmica como Floripa o Planejamento assume proporções dramáticas, sem ele, caminhamos (ou já estamos) para uma anarquia urbana, ocupamos os espaços de forma desordenada, a cidade assume uma postura esquizofrênica, metade é formal, metade é informal, há invasões das margens ciliares de nossos rios, loteamentos irregulares, ocupações de encostas revelando as iniquidades de assentamentos densamente povoados ocupados por moradias precárias e muita miséria.

A par deste zoneamento e ocupação desordenada outra maldade se esconde atrás destas iniquidades – o seu Sistema de Transporte que deveria compreender o rodoviário, o marítimo, o aéreo, os alternativos. Há a predominância dos transportes rodoviários (ônibus, vans, taxis, aplicativos, escolar), mas em razão do crescente número de veículos em nossas vias urbanas, a cidade já enfrenta o colapso do sistema.

É preciso instituir o Planejamento como o principal Serviço da Cidade, de forma permanente, com organização e competência. A cidade conta com boa experiência na área, desde a década de 1970, o IPUF, têm prestado inúmeros bons serviços, mas, tem sido olvidado nas últimas administrações.

O IPUF ficou velho, urge que retome sua fase áurea de planejar os espaços urbanos da cidade (em sintonia com a Região Metropolitana) dentro de um processo de desenvolvimento autossustentável com base nas leis ambientais. Para cumprir com suas funções o IPUF necessita uma reestruturação administrativa com adição de novas especialidades, equipamentos modernos e novas instalações.

Há um bom conjunto de TEMAS PLANEJÁVEIS que precisam ser avaliados e inseridos na grade de serviços – comunicações (norte da Ilha há dificuldades), energia (evitar o efeito Macapá), engenharia de transportes (adição urgente do modal marítimo e os túneis), habitação (desfavelização), saneamento básico, ZEEC- Zoneamento Econômico Ecológico Costeiro, equipamentos comunitários, tudo dentro de um Plano Diretor Moderno, desenvolvimentista, gerador de renda, de oportunidades de investimento e, sobretudo, empregos.  

Com planejamento e organização urbana seremos um exemplo para o Brasil e o mundo. Parece impossível, mas perfeitamente, alcançável. Só dependemos de determinação.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

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