PLANOS DE GOVERNO E SEUS VAZIOS EXISTENCIAS

Há 10 candidatos à Prefeito e todos se obrigaram a apresentar ao TRE/SC seus programas de Governo. Curioso, fui examiná-los, ver o que continham de importante para a população de Floripa, especialmente, os Programas do Gean Loureiro e da Ângela Amin.

Quem não está familiarizado com estes cartapácios fica impressionado pela qualidade do português castiço, a boa distribuição dos temas, a preocupação acadêmica, a quantidade de capítulos todos versando sobre algum serviço de interesse público. Mas é só impressão. Trata-se na verdade de uma peça de ficção, de boas intenções, onde o CTRL-C e o CTRL-V, foram utilizados à exaustão. Falta-lhes o verniz da prática, a substância da experiência, passa como monografia de  TCC, jamais como um instrumento de planejamento real em que os técnicos pudessem operar os projetos lá existentes. Mais do que isso, se esperaria inserções que apresentassem projetos inovadores que transportariam a cidade do Ponto “A” ao Ponto “B”, um ganho, um “UP”, novos espaços, mais humanos, fraternos, integrativos, geradores de renda, emprego e oportunidades. Nada disso esta presente.

Antes uma descoberta curiosa o Programa do Dr. Ricardo, não se preocupou em fazer a revisão final, então aparecem registros que são da cidade de Itajaí – como por exemplo licitação para implementar melhorias para diminuir o impacto das enchentes no centro da cidade; ou então implementação de ações que visem a melhoria da região portuária de forma a atender as necessidades de infraestrutura ou ainda estimular as ações de regularização fundiária, visando a melhoria da qualidade de vida. Pelo que se sabe Floripa dispensa projetos nesta direção. Como bom marxista que foi (hoje o seu partido é o Solidariedade cuja origem sindical o identifica com o socialismo) propôs algo assustador: uma nova empresa de transporte público que sirva à população de forma eficiente.

O Plano de Governo que a Coligação “Por Você, Por Nossa Gente” de Ângela Amin apresenta é um primor de perfeição universal – serve a qualquer cidade brasileira. Foi concebido com 11 Diretrizes todas absolutamente presentes no imaginário da população. Os autores foram repetitivos ao consagrarem para cada Diretriz o carimbo de “Uma Cidade mais Humana e solidária, Criativa, Inteligente e Sustentável” complementando com:  inclusão social, educação, saúde, meio ambiente saudável, infraestrutura, segurança, habitação, cultura esporte e lazer. O problema é que não foram elencados os projetos, ou a forma de se chegar lá. É um bom conjunto de intenções desprovidas do lado prático, é um saco vazio.

Já Gean Loureiro, prefeito atual, foi mais objetivo. Seu Plano de Governo não chega a ser um monumento à perfeição mas oferece ao cidadão mais objetividade. Sua forma de enxergar a Gestão Municipal se divide em dois eixos – Eixo 1 – desenvolvimento social (saúde, educação, segurança, promoção social direitos&cidadania, cultura, esporte e lazer) e eixo 2 – desenvolvimento urbano e ambiental, (mobilidade urbana, nem um pio sobre transporte marítimo, saneamento, nem um pio sobre licitação dos serviços, turismo e eventos, incentivo ao desenvolvimento econômico). Como esta no poder entende-se que vai continuar o mesmo trabalho de excelente zelador, mas a cidade vai além disso.

Surpreende que os dois favoritos ao posto de Prefeito não foquem de forma concreta e com projetos específicos os principais problemas da cidade –  a inserção do transporte marítimo, a questão da habitação com o fim das favelas, Saneamento Básico, principalmente, o lixo urbano e esgotamento sanitário, e a geração de empregos.

Segundo me confidenciou um dos candidatos o Dr. Hélio Bairros, candidato do Patriota, o Plano que registrou no TRE/SC foi para atender uma exigência legal, mas que agora, até o final das eleições serão inseridas as demandas da população.

Guardo convicção da suspeição. Cada qual ofereceu o que tinha para dar, caso tivessem projetos concretos estariam inseridos no Plano, como inexistem, melhor transferir as responsabilidades para o futuro. Acontece que o futuro é logo alí, e sem projetos, serão mais 04 anos de boa zeladoria, mas não dos projetos inovadores e transformadores da cidade.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI     PRESIDENTE DO MDV

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