PRAIA LIMPA NÃO É LUXO É DIREITO!

Em um estado cuja identidade está profundamente ligada ao turismo, ao mar e à vida ao ar livre, é alarmante saber que mais de 50 pontos de balneabilidade em Santa Catarina estão impróprios para banho (Relatório IMA 09/4/2025). Isso não é apenas um problema ambiental — é uma afronta à saúde pública, à economia e ao direito de lazer da população.
Em Florianópolis, nosso cartão-postal, 24 pontos estão contaminados, o que representa um risco real à saúde de moradores e visitantes. Quando somamos os municípios do interior, a situação se agrava ainda mais: de 184 pontos monitorados, 54 apresentam níveis elevados de contaminação fecal — ou seja, mais de 1 em cada 4 locais analisados está em desacordo com o que é considerado minimamente seguro pela Resolução CONAMA nº 274/2000.
Segundo a norma, uma praia só é considerada própria para banho quando, em 80% das coletas das últimas 5 semanas, o nível de Escherichia coli (indicador de fezes humanas e animais) não ultrapassa 800 por 100 ml de água. Acima disso, estamos falando de risco de gastroenterite, cólera, infecções de pele e outras doenças — especialmente perigosas para crianças, idosos e pessoas com a imunidade baixa.
A falta de saneamento adequado, o despejo irregular de esgoto e o descaso com a infraestrutura de coleta e tratamento são os verdadeiros culpados dessa tragédia invisível.
É preciso gritar: água limpa é obrigação do Estado! Não é aceitável que, em pleno século XXI, ainda tenhamos que checar relatórios técnicos para saber se é seguro mergulhar no mar. Florianópolis e Santa Catarina precisam de investimento sério, fiscalização firme e transparência total sobre o que está sendo feito — ou não — para resolver esse problema.
A praia deve ser um símbolo de liberdade, não um campo minado de bactérias.
A sociedade exige: praias limpas, já!
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE
INFORMAÇÃO RELEVANTE
- A solução passa pela concessão dos Serviços de Saneamento Básico, hoje um monópolio da CASAN. É preciso que cada Superintendencia Regional da CASAN seja concessionada, a partir da Microrregião de Florianópolis. Estima-se que só a Microrregião poderá levantar 6 bilhões de reais entre amortização de ativos à CASAN e novos Investimentos.
- Há exemplos musculuosos de concessões já realizados em operações dentro do BNDES, sistema ao qual servi por 35 anos da minha vida. Há recursos, há interessados, falta apenas determinação política. O Sistema CASAN e mesmo alguns sistemas municipais não tem condições financeiras exigidas pelos investimentos.
- No ND de 12/04/2025, o Presidente da CASAN, em texto ufanístico informava que os lucros da CASAN foram de 243 milhões. Esta constatação não é o parâmetro adequada para avaliar a qualidade dos Serviços. SC quer saber da qualidade dos Investimentos, e neste quesito, a empresa tem números sofríveis.