Região Metropolitana e Gargalos de Mobilidade

O que não faltam no Brasil são boas leis que orientam os gestores públicos e privados a adotarem práticas revolucionarias na gestão dos serviços públicos. É o caso da lei federal 12.587/12 que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, para as grandes cidades e notadamente, para Regiões Metropolitanas.

O que propõe a lei?

A lei propõe um Sistema Nacional de Mobilidade Urbana organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas nos espaços urbanos. Faz parte deste arcabouço as vias públicas, estacionamentos, terminais de transporte de qualquer natureza, e até a sinalização de trânsito.

Focando em nossa Região Metropolitana o que se descortina é um modelo tumultuado, amador, construído segundo algumas necessidades individualizadas das demandas, nada sincronizado entre si.

Quando espaços urbanos se conurbalizam viram uma grande cidade. Não dá mais para agir isoladamente. Parece que nossos governantes locais não se deram conta disso. Já existe a Região Metropolitana como entidade política cujo “executivo” é a SUDERF. Mas tudo anda de lado, não há convicções políticas que devamos agir em grupo. Quem paga esta conta é a população, especialmente, a mais necessitada.

Acrescem outros inconvenientes – ausência de um Terminal Central Integrado que poderia se localizar na Beira Mar Sul, após aterramento hidráulico para uns 500 mil metros quadrados algo como 50 campos de futebol. Nestes espaços a cidade do futuro poderia ser recepcionada. Permitiria por exemplo a construção do futuro Paço Municipal, da Câmara de Vereadores, alameda dos cartórios, museus, comercio e serviços e evidentemente, a convergência de todos os modais de transportes.

Vale ressaltar que Floripa e Região rejeitam o Transporte Marítimo que será uma solução milagrosa para aliviar o tráfego nas pontes e avenidas das cidades.

Mas há mais modais a serem inseridos – os teleféricos por exemplo. O Sistema de Teleférico Integrado de Florianópolis – SISTELI foi apresentado pela primeira vez no segundo semestre de 2006, véspera das eleições municipais como mais uma alternativa complementar ao transporte de massa.

Tecnologia limpa, sustentável de reduzido impacto ambiental e amplamente utilizada no mundo. A proposta contemplava 20 km de extensão passando por estações de integração multimodal servidas de ampla rede de serviços à população e ao turista. Com investimentos integrais da iniciativa privada, visava oferecer ao usuário deslocamentos com qualidade, conforto e pontualidade. Guarda muita semelhança com idêntico projeto existente no complexo do Alemão, no Rio de Janeiro ou Metrocable de Medellín na Colômbia.

Quando falamos de Terminais Integrados nos referimos a isso – recepção de vários modais, o barco, o ônibus, a bike, o patinete, o teleférico, entre outros. De ressaltar que a idade atualmente, não tem projetos, todos parecem querem os “puxadinhos” viver do passado. A cidade tem que ter aspirações metropolitanas, de megalópoles, ter vocação para o futuro para as grandes obras, os grandes hotéis, os grandes centros empresariais. Afinal são estes que geram riqueza, empregos e impostos. Nossos políticos não acreditam muito nisso.

DILVO VICENTE TIRLONI
PROFESSOR, COORDENADOR DO MDV

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