RIO DO BRÁS
O Rio do Brás “desagua” na Praia de Canasvieiras, o mar, entretanto, se encarrega de represá-lo e poucas são as vezes em que ultrapassa a praia. O Rio é afluente de outro maior, o Papaquara, que desemboca na foz do Rio Ratones. Portanto, poluir o Rio do Brás é contaminar toda a bacia do Rio Ratones. A abertura para a praia só faz sentido se o Rio estiver despoluído.
No dia 11/05/1989 (32 anos atrás) foi dado o início do Sistema de Esgotos em Canasvieiras, cuja ETE esta localizada em Cachoeira do Bom Jesus, dentro do Sapiens Parque. Recepciona os esgotos de toda a Região norte da Ilha, Jurerê, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Lagoinha, Praia Brava e Ponta das Canas.
Operava com uma Estação tradicional, em condições precárias, até que no verão de 2016 gerou uma crise “distrital” sem precedentes, pelo encontro das águas poluídas do rio com as areias da praia. Muitos “nativos” e turistas foram parar nas Emergências dos hospitais. Deu um rebu danado, a CASAN “foi encostada contra a parede” cuja pressão obrigou a Estatal a buscar soluções para despoluir a Região.
A CASAN, buscou melhorar a Estação tradicional, alternativamente, investiu em uma Estação compacta da Fast-Seinco, fabricada em Capinzal, no oeste de SC, com o objetivo de tratar, basicamente, a água da chuva oriunda das ligações irregulares e clandestinas durante a alta temporada. Antes, porém, através de “testes de fumaça” identificou dezenas de ligações clandestinas que sobrecarregavam a rede de esgoto.
A unidade de Canasvieiras foi posta em funcionamento em dezembro de 2016, no início da alta temporada (2017) demonstrando eficiência no tratamento de esgoto, suportando, na prática, o aumento da população de verão e transmitindo a segurança operacional dos equipamentos. Desde então houve um certo alivio, todavia, é preciso encontrar uma solução duradoura que importe no fim dos vetores que poluem a Região.
Em setembro de 2017, o juiz da 6ª Vara Federal de Florianópolis, Marcelo Krás Borges, condenou a Casan a adequar o tratamento de esgoto no Norte da Ilha de Santa Catarina, respeitando o licenciamento ambiental obrigatório, a recuperar a área poluída na região e ainda a bloquear qualquer tipo de despejo de esgoto nos rios do Braz e Papaquara. Presumo que esta decisão continue em vigor.
Segundo o Relatório do IMA de 14/03/2022, nossas praias continuam poluídas em Canasvieiras em frente à Rua das Flores, na Cachoeira, em frente ao Trevo que leva aos Ingleses, o mesmo em frente à Rua Alcina Janis. Destas constatações, a população que não é boba, acaba suspeitando que há mais espaços poluídos.
O Instituto Trata Brasil que avalia o esgotamento sanitário dentre as 100 maiores cidades do Brasil, em 2020, ranqueou Floripa em 59º, mas em 2021, pioramos o nosso quadro, caiamos para 69º. É uma ofensa a todos os moradores da cidade.
Recentemente o Rio do Brás voltou a polemizar com uma cobertura de plantas aquáticas avaliadas por ambientalistas como invasoras ou exóticas, cobre todo o espaço, impede a oxigenação, causando a morte das espécies abaixo delas. Presume-se que algum biólogo querendo ajudar, atrapalhou o meio ambiente. O correto segundo alguns ambientalistas seria encontrar algum aguapé nativo que sirva de filtro de micro-organismos sem prejudicar a natureza.
Para salvar o Rio do Brás, há alguns beneméritos ambientais, que se reuniram e criaram o movimento SOS Rio do Brás, mas foram além, criaram um Instituto Ambiental com vistas a recepcionar ações e recursos para dar seguimento ao clamor popular de “salvar o rio”. Seus objetivos tem como foco a conscientização ambiental, conservação e preservação da fauna, flora, além de desenvolver projetos para dar balneabilidade ao rio e torna-lo um criadouro de animais aquáticos, em especial os robalos, velho projeto dos líderes locais.
ADM DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE