LEBERALISMO, NEOLIBERALISMO E DESINFORMAÇÃO
Há muita incompreensão, desinformação e picaretagem nos registros jornalísticos sobre a Doutrina Liberal. É como a invenção da Roda, depois de concebida, você pode diminuir, aumentar, mas será uma Roda. É assim com a doutrina liberal. Inexiste “neoliberalismo”.
Liberalismo foi um Movimento cultural criado pelos iluministas (século XVII e XVIII) que tinha como foco defender mudanças políticas, econômicas e sociais daquele tempo.
Para entender de liberalismo é preciso, antes, enxergar como eram os regimes políticos. Desde sempre, até 1789, data da Revolução Francesa, só havia um modelo de governo – a Monarquia Absolutista, em que o rei, podia tudo, era um ditador do seu povo, do seu “País”. Dispunha da vida, da produção, do território.
Os iluministas da época esticaram um pouco mais o olho, e enxergaram além do Canal da Mancha, o Reino Unido, que havia adotado desde 1688 (Revolução Gloriosa) um modelo de Governo que hoje chamamos de “Monarquia Parlamentarista” onde o rei reina, mas não governa. Os ingleses haviam descoberto o melhor sistema que se conhece até hoje, criaram dois estamentos de poder, o Rei que nunca erra, e o Primeiro Ministro, resultante de acordos políticos dos representantes regionais. Se o primeiro Ministro errar é facilmente, substituído por outro, não há sobressaltos na linha administrativa e política do Governo. De quebra, havia um outro “Poder” que examinava as leis e informava se os maganos cumpriam com os registros legais. Era a origem do Poder Judiciário.
Montesquieu apaixonou-se pelo modelo e resolveu sugeri-lo para a França. Ficou com a fama do modelo tripartite – Executivo, Legislativo e Judiciário – mas os pais são os ingleses. Montesquieu, ele próprio um nobre, defendia o mesmo modelo inglês, o Rei representando o Estado, mas os revolucionários franceses recusaram a oferta e levaram à guilhotina primeiro Luiz XVI e depois sua mulher, a rainha Maria Antonieta. Estava decretado o caos na França, pelo menos, para os próximos 80 anos seguintes, vindo a se estabilizar em fins do século XIX.
Doutrinariamente, a filosofia liberal estampa o lema “Igualdade, Liberdade, Fraternidade” fundado em 05 pilares básicos: defesa da vida, dos direitos individuais e coletivos, da propriedade privada, do livre comércio e da Democracia. Mas tarde Marx num lance oportunista se apropriou dos “direitos individuais e coletivos” e os socialistas ficaram com a fama de que defendem estes valores, mas é uma farsa. (Que o digam a família Romanov, os banqueiros russos, os milhões de agricultores russos e chineses, todos brutalmente, assassinados)
Na linha do tempo, para entender liberalismo e socialismo, a segunda guerra mundial é determinante. Desde a primeira guerra provocada pelos alemães até a segunda, ou seja do início do século XX até meados de 1945, 10 entre 10 intelectuais europeus, eram contra “o capitalismo” o entendiam como um modelo opressor, explorador dos trabalhadores. Como não haviam regras trabalhistas mínimas, adotavam-se as regras do “modelo primário”, do meio rural, os colaboradores das indústrias eram forçados a jornadas de 10 a 14 horas diárias em ambientes insalubres. Está claro que ocorriam excessos e abusos das empresas, combatidos, tenazmente, pelo campo acadêmico.
Neste ambiente a efervescência política polulava, surgiam partidos a toda hora, movimentos sociais, políticos, maioria contra o “modelo capitalista”. Nesta esteira cada líder de então, resolveu ter o seu próprio partido, Hitler, Mussolini e Lenin. Todos tinham raízes socialistas.
Concluída a guerra, Nazismo e Fascismo foram banidos da história, mas o Socialismo, não. Perdurou na Rússia (URSS), causando enormes malefícios à humanidade. Tentaram implantar em 60 países, aproximadamente, em nenhum deles deu certo, até na Rússia foi extinto. Para mitigar as barbaridades cometidas em nome do partido, sutilmente, criaram as expressões “direita e esquerda” como se fossem irmãs gêmeas, o que é um tremendo equívoco.
Resta saber, portanto, o que significa “esquerda e direita” para nós brasileiros. É uma confusão danada.
Na Europa, USA, alguns países do Oriente Médio, Japão, Coreia do Sul, entre outros, falar em socialismo para eles é relembrar os tempos funestos de que foram vítimas as antigas “colônias” da URSS e seus satélites como Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, entre outros. O socialismo/comunismo por lá é detestado, foi banido, ninguém deseja o retorno de um sistema que aprisionou e assassinou milhões de pais e avós.
No Brasil, “esquerda” significa socialismo dentro da doutrina tradicional, marxista, leninista, maoísta ou fidelista, mas, nos países citados, representa corrente de pensamento mais voltado ao liberalismo social, defesa da vida e dos direitos fundamentais da pessoa, direito das minorias, defesa dos direitos do imigrante, entre outros. Esta relacionada aos valores sociais, muitos destes, valores conservadores, como família, pátria, liberdade. Não tem nada com a tomada do poder para a implantação do Partido Único. No Brasil, para nossa preocupação, o interesse da “esquerda” é de fato assumir o poder, se aliar ao PCCh e governar dentro de regras ditatoriais.
Vale lembrar para os incautos os Estatutos destes partidos socialistas brasileiros. Alguns são verdadeiros atentados contra a democracia, lá estão registrados os objetivos, a que se propõe. Portanto, tudo está sendo feito à luz do dia, nas barbas dos liberais e dos demais democratas brasileiros. Neste sentido, ressalte-se, juntos com os liberais de fancaria, formataram e aprovaram dois fundos financeiros destinados a irrigar as contas destes partidos – um Partidário, coisa de 1 bilhão por ano/2021 e outro de Campanha, de 4,9 bilhões para favorecer os eleitos. Os liberais ficam com 70% destes valores e os socialistas/comunistas com 30%. Nunca viram tanto dinheiro disponibilizados para alcançarem o poder e darem o golpe de misericóridia no Brasil.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE
NEOLIBERALISMO – foi uma expressão cunhada pelos adversários de Margareth Thatcher quando foi primeira ministra da Inglaterra entre 1979 a 1990. Indicada chefe do governo se deparou com um Estado Mastodôntico, todos os serviços públicos, bancos, ferrovias, portos e aeroportos estavam na mão do Estado, cujas empresas estavam sufocadas pelos Sindicatos comandados pelo Labour Party. Deu início então a um vasto programa de privatizações irritando seus adversários que a cunharam de a Dama de Ferro. Como a maioria das empresas tratava de serviços públicos, para controlar os monopólios resultantes foram criadas as Agencias Reguladoras. Não havia nada de novo, Thatcher apenas dava cumprimento à doutrina liberal. Desde então o Conservative Party nunca mais perdeu uma eleição. São mais de 40 anos de Governo ininterruptos. Para os Ingleses, socialismo, nunca mais.