GUERRA DA UCRANIA I – BUTIM DA GUERRA

Sabe-se como começam os horrores de uma guerra, nunca como acabam. Numa madrugada fria 1º de setembro em 1939 Hitler declarou guerra à Polônia, os demais países europeus acharam que era uma invasão localizada, sem maiores consequências futuras. Os europeus, sempre avaliaram, equivocadamente, os conflitos políticos. Achavam que depois do morticínio de 20 milhões de militares e civis, 20 anos antes, jamais a história iria se repetir.

São bisavós, avós e mãe dos conflitos modernos, a começar pela primeira guerra mundial. Naqueles tempos, os alemães foram vencidos, mas os vitoriosos impuseram tantas obrigações econômicas à Alemanha que aos poucos foi despertando o ódio a outras nações vizinhas. Os vencedores não souberam “contratar” com eficiência as cláusulas do pós-guerra. (Tratado de Versalhes)

O resultado foi catastrófico, geraram o “Führer Adolf Hitler” que transformou a raiva do povo alemão numa imensa “máquina de guerra mundial”, arrastando a todos, inclusive o Brasil.  

Criaram a ONU, os vencedores dividiram o mundo em duas partes – países sob tutela da URSS, novo nome dado a este tabuleiro político, que abrangia os seguintes tutelados:  Rússia como o grande líder, Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia, Moldova, Geórgia, Armênia e Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.

Além destes países “incorporados” a URSS exercia forte controle sobre os seguintes países, denominados de satélites: Finlândia, Afeganistão, Bulgária, Hungria, Polónia, Mongólia, Albânia e Romênia. Tanto os anexados, quanto os satélites, viveram sob o tacão da doutrina socialista, exceto a Finlândia, que a própria Rússia reconheceu em 1918. Mas como vizinho de “fronteiras” sempre tomou o cuidado de se manter neutra e nunca declarou oposição à URSS ou a própria Rússia. Sempre cumpriu os protocolos diplomáticos, evitando atritos.

Stalin, o grande garantidor desta modelagem era um feroz assassino, eliminava seus opositores ou de quem ele desconfiava, dentro e fora do País (Leon Trótski/México). Sob sua responsabilidade atribui-se o assassinato de mais de 60 milhões de pessoas. Stalin elevou o socialismo, através de propaganda enganosa, à categoria de “Reino do Céu” na terra, finalmente, a humanidade, teria encontrado a doutrina salvadora. A partir destas fakenews estendeu sua influência levando a doutrina a vários países, Cuba, Camboja, China, entre outros. No Brasil não fosse o Movimento de março de 1964, o Brasil, seguramente, teria ingressado no nefasto mundo socialista. Ainda hoje, 12 partidos brasileiros defendem as ignomínias socialistas.  

A mentira durou precisamente, até 1991, (ou um pouco antes 1989 com a queda do muro de Berlim) quando desmancharam o tabuleiro da URSS e cada país, tratou de se reconstituir dentro dos parâmetros democráticos, abandonando a doutrina socialista, odiada por 10 entre 10 moradores destes países.

Todos, aos poucos passaram a aderir ao liberalismo democrático, ao capitalismo, passaram a respirar liberdade.

Em 1955 a Alemanha Oriental pediu ingresso na OTAN. Os russos enxergaram neste gesto o desejo de “uma vingança, ficaram desconfiados” e criaram então o PACTO DE VARSÓVIA, um acordo militar firmado em 14 de maio de 1955, estabelecendo uma aliança entre os países socialistas do leste europeu (Hungria, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia e Polônia) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Desfeita a URSS, ipso-fato, estava desfeito o arranjo do Pacto de Varsóvia e a Rússia teve que tratar da sua própria segurança.

Desde então (1991), um a um, os países da antiga URSS foram aderindo à OTAN irritando os russos, que passaram a negociar alguns limites, todos, olimpicamente, desprezados pelo mundo ocidental.

Um deles, precisamente, era que a UCRANIA, se mantivesse neutra (como fazia a Finlândia), não se opusesse ao Governo da Rússia. Tudo corria bem até os acontecimentos de nov.2013 a fev.2014, quando se originaram embates violentos, com dezenas de mortos, entre o Governo pró-Rússia e opositores.

O governo do presidente eleito, Viktor Yanukovych, defendia a aproximação com a Rússia em oposição a revolução popular, que desejava anexação do País ao mundo ocidental. Enquanto os combates se realizavam em KIEV, sorrateiramente, Putin, tomou a Criméia e fez a anexação de forma “suave”, sem maiores conflitos.

O governo de Viktor Yanukovych foi deposto (2014), exilou-se em Moscou, e, finalmente, em 2019, novas eleições foram realizadas sendo eleito o atual Presidente, um “humorista” que não entende de geopolítica. Feito um “poodle” amestrado, desconhecendo a história recente do seu próprio País e da Região, resolveu peitar o “urso russo” apesar de todos os sinais, desde 1991, que a Rússia não aceitaria uma “Ucrânia Ocidental”. Resultado destas inexperiências são milhares de jovens russos e ucranianos mortos em nome de nada.

A Rússia nunca quis o fim da Ucrânia, apenas, pediu que se mantivesse neutra aos moldes finlandeses. Parece não ser demais. Mas quando se tem governantes arrogantes, despreparados, e, uma OTAN desmiolada, dá nisso que deu – uma guerra desproporcional de forças que ao fim e cabo, não há vencedores, mas há culpados, os dois principais: o ocidente que não soube dar limites à Ucrânia e o Presidente Zelensky que achou que podia brincar de guerra com o urso russo.

ADM DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE

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