GUERRA DA UCRÂNIA II – ETNIA ESLAVA
Desde os tempos acadêmicos, como aluno de História, interessava-me sobre a formação etno-histórica da Rússia. Como descendente de italianos, em casa, ou na Igreja católica, na missa dominical, eram frequentes as acusações ao Regime Socialista que perseguia padres, prendia bispos, outros membros da Igreja, mandando-os aos terríveis “gulags”. O Estado russo opressor sempre esteve no imaginário dos católicos do mundo todo.
Na faculdade entrei em contato com bons professores e livros que me deram as bases para entender um pouco sobre o império russo e, sobretudo, porque o socialismo prosperou naquele país. Vale ressaltar que os ventos da Revolução Francesa, nunca chegaram a Moscou, enquanto em toda a Europa Ocidental, a monarquia absolutista havia terminado.
No começo do século XX, os conflitos políticos fervilhavam nas principais cidades russas, e foi neste ambiente conturbado que os Romanov perderam a vida e o imperador Nicolau II foi responsabilizado pelos desatinos econômicos e sociais do País.
A Rússia sempre foi imperialista, a família Romanov governou “o império” por 300 anos, (desde 1600) cujo último Tzar foi executado pelos comunistas em 1918 e para evitar “primogenitura”, ou seja, que houvesse herdeiros, assassinaram dezenas de membros da família. Desde então a Rússia passou pelo furacão socialista, especialmente, 30 anos de Stalin o maior assassino da humanidade, mas o regime acusou exaustão em 1989 com a queda de Berlim e em 1991 com o fim do Pacto de Varsóvia.
Lembro de um evento acadêmico estudando a Revolução Francesa. Nossa professora mostrando a importância da formação de uma nação citava alguns valores entre eles a etnia, lembrando um debate havido na Assembleia Constituinte no Palácio de Versalhes quando o Conde Joseph-Marie de Maistre, (1753/1821) um renomado escritor e filósofo, se contrapôs ao pensamento dos revolucionários franceses registrando “A Constituição de 1795 (construída pela Assembleia Nacional Constituinte) foi feita para o homem. Ora, não existe homem no mundo. Tenho visto na minha vida franceses, italianos, russos, etc., mas quanto ao homem declaro nunca o ter encontrado na minha vida“
Para entender o “Estado Russo” precisamos saber a sua formação étnica. Segundo os historiadores a população russa descende do povo eslavo, que habita a Europa central e oriental, há pelo menos cinco mil anos, formados, sobretudo, por russos, bielo-russos, ucranianos, búlgaros, sérvios, croatas, macedônios, eslovenos, tchecos, eslovacos e poloneses. Foram os gregos antigos que os denominaram de “eslavos” por se parecerem iguais.
É a partir destas constatações que Putin e seus generais operam. Todos estão convencidos de que a “Grande Rússia” deveria ser formada por todos os povos eslavos. Esta possibilidade é latente no imaginário político dos líderes russos. Como a “geografia política” impede estas anexações, também se julgam no direito de impedir que desfaçam a própria Rússia. Estas questões são de difícil solução e nunca fica afastada a tese de constituir no futuro a “nação eslava”.
Os ocidentais querem tratar o conflito político como “geografia de colégio” quando as raízes são muito mais profundas.
A meu sentir o Ocidente caminha para o abismo, vai arrastar o mundo para uma terceira guerra, que seria catastrófica em todos os sentidos. A toda hora os USA, a Europa, estão anunciando sanções à Rússia. Algumas empresas já abandonaram o País. O presidente Biden a título de se mostrar “competente” corta a importação de petróleo e retira os bancos russos do sistema SWIFT. Os europeus, querem dar um tiro no próprio pé, dizem acabar com os contratos de fornecimento de gás.
Parece que adotamos a política de rebanho “onde um vai todos vão atrás” parece não existir uma cabeça sensata nesta confusão que o mundo se meteu. Repito o que já escrevi anteriormente, a guerra não beneficia ninguém, não haverá vencedores, mas há culpados, especialmente, Biden, Governos fortes da Europa e o Presidente da Ucrânia. A Rússia, está cumprindo com o seu papel da defesa de suas fronteiras e da sua etnia e pediu pouco, apenas que a Ucrânia não se unisse a OTAN. Desafiar um “império” dá nisso que estamos assistindo, confrontos desastrados em que o atingido, é a população.
Parece que a primeira, a segunda guerra, não serviu para nada muito menos os avisos disparados por Putin e seus generais desde 1991.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE (FORMADO EM HISTÓRIA)