JORNADA ADMINISTRATIVA JM/CONTRADIÇÕES
Jorginho Mello é um político experiente, já foi deputado e senador, agora Governador do Estado. Como muitos no Brasil, sua vitória está atrelada ao Presidente Bolsonaro. Jorginho foi um bom “confrontador” na vergonhosa CPI da COVID, enfrentou o meliante Renan Calheiros e isto lhe valeu admiração dos catarinenses e valiosos votos do eleitorado catarinense.
Atualmente, além de governador preside o PL (Partido Liberal). Dada a sua experiência política, seria de imaginar que tomasse todos os cuidados para não escorregar em “casca de banana” tão comum aos nossos “liberais de fancaria”. Como se sabe, no Congresso Nacional, onde, supostamente, os liberais lideram as bancadas por 374 (73,10%) X 138 (26,90%) é sempre um sofrimento e aflição para aprovar algo do interesse do País. As Reformas tão reclamadas pelo sistema produtivo – a trabalhista e a tributária – já deveriam estar alinhadas com o mundo da OCDE há anos, mas continuam patinando nas duas casas do Congresso. A culpa recai, justamente, nos 374 liberais que formam a maioria absoluta para aprovar desde leis complementares a alterações na Constituição.
Jorginho Mello, guardo convicção, é um liberal, quer o melhor para o Estado, está imbuído das melhores intenções, entretanto, ele mesmo e pessoas ao seu redor, revelaram ser pusilânimes quanto às escolhas de pessoas que formam o primeiro escalão do Estado.
A primeira contradição já apareceu nos primeiros dias de janeiro quando foi anunciado Jeferson Cardozo, para a pasta da Secretaria da Administração Prisional. Um jovem vereador de 31 anos, servidor público, comprometido como informa o Jus Brasil em pelo menos 48 processos junto ao TJSC e TRESC com presença importante do MPE como acusador. Menos mal, que o indicado já tenha sido afastado, durou 48 horas, mas serviu de alerta.
Posteriormente, o equipamento de jateamento de tinta azul em direção ao terno branco do Governador, foi acionado quando resolveu convidar a Deputada Federal Carmem Zanotto para Secretaria da Saúde. Foi um equívoco político que revela a negligência do próprio governador e seus assessores no que tange à doutrina liberal.
De se perguntar porque Jorginho, um liberal alinhado a Bolsonaro vai, justamente, numa das mais importantes Secretarias do Estado, fortalecer uma facção do Partido Comunista Brasileiro? Poderia ter convidado o Dr. Décio Lima do PT que são equivalentes doutrinários, não faria nenhuma diferença.
Como se sabe, o partido Cidadania, pelo qual a Dra. Carmem foi eleita, era o antigo Partido Popular Socialista, uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro. Mudaram o nome para mitigar a resistência dos eleitores, mas seus estatutos são claros, pregam o socialismo no Brasil.
Recomendo ao eleitor que visite o portal do TSE e consulte o artigo 2º dos Estatutos quando o partido se “declara humanista e ambientalista, conceitos enriquecidos com a
experiência dos movimentos operários e populares, resgatando a melhor tradição do
pensamento marxista” e mais adiante no 3º, fica claro que “o partido busca valorização da cidadania, no processo de construção de uma sociedade socialista plural”. Tudo é uma empulhação, uma enrolação política, que deve ser rejeitada pelos liberais. O Cidadania apoia o PT no Congresso Nacional.
É incompreensível para os liberais recepcionarem uma decisão deste calibre. É por isso que desde sempre, são os grandes responsáveis pelo fortalecimento do socialismo no Brasil.
Cabe registrar outro desacerto, desta feita na questão administrativa. Consultando o Portal do Governo permeia uma enorme confusão de informações, não há padronização técnica de “comunicação” no tocante às Secretarias e suas atividades. São 19 ao todo (sem contar Controladoria e Procuradoria) quando um Governo Liberal Raiz, optaria por no máximo 10 sem prejuízo da construção de subsecretarias, se necessário. O governo é igual a uma empresa, não é o número de Departamentos que confere eficiência aos resultados.
O Governador, infelizmente, vai ter de conviver com estes espinhos atravessados na garganta ou agir no sentido de avaliar correções de rumos.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE
NOTA
Tenho pela Dra. Carmem Zanotto apreço e admiração, desempenhou com dignidade o seu papel de deputada participando de inúmeras comissões, mas, SMJ, escolheu o partido errado. Os liberais catarinenses adorariam o seu concurso em algum partido de sua preferência, mas longe dos postulados marxistas. Pelas suas qualidades técnicas surpreende que milite no campo socialista, sabidamente, doutrina que não deu certo em lugar algum que foi implantada.