VIRUS BRASILEIRO REBELDIAS

Em tempos de vírus chinês é preciso destacar os nacionais. Temos vários e brotam de várias fontes.  A primeira constatação é que somos uma república montesquiana consagrando os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário devendo operar independentes, porém, harmônicos entre si.

Surge aqui o primeiro vírus tupiniquim – o Brasilium20, especializado em   fazer invasões de competências entre os poderes. Seu epicentro está localizado no STF onde ultimamente, a praga se alastrou com enorme desenvoltura dentro dos tribunais de norte a sul do País, confundindo os brasileiros sobre quem deve ser o chefe da nação.

Como o Brasilium20 goza de enorme poder (uma das frases prediletas dos especialistas nesta matéria é “decisões da Justiça não se discute, cumpre-se”) tem avançado com muita agilidade e desembaraço construindo toda sorte de problemas a ponto de achar que o CPF é desnecessário para a obtenção de algum benefício instituído.

O Brasilium20 é igualmente arrogante, soberbo, destrói o princípio da unidade nacional não obstante o artigo 34 da CF, recepcionar amparo para todas as correntes do pensamento, transformando o País na casa da mãe Joana, todos mandam e ninguém tem razão. Mesmo com esta deficiência a jurisprudência e as decisões proferidas não ajudam.

Os infectologistas administrativos já identificaram que o Brasilium20 foi capaz de ser transmitido ao Congresso Nacional e os pesquisadores já constataram que nestes ambientes encontrou condições ideais para se instalar com muito poder de destruição.

Os chefes dos Poderes Legislativos, em vez de contribuir para debelar o flagelo da contaminação, fazem o contrário, “jogam mais lenha na fogueira” transformando o Poder num prostíbulo de luxo. Lá não há o menor sentimento de vergonha, pudor, quanto ao futuro econômico do Brasil. As propostas do Executivo são olhadas com desdém e menosprezo.  

Há um vale tudo financeiro e em nome de um ato de “salvação nacional”, querem entregar aos Governos Estaduais e Municipais a renda que perderam pela crise do Corona sem nada em troca. Ou seja, desejam que no fluxo de caixa só apareça o lado da Receita, esqueceram o lado das Despesas.

Mantem-se a devassidão financeira existente, todos ficam em isolamento social, e os salários depositados integralmente, como se nada houvesse se passando no lado privado da economia, justamente, quem patrocina os salários públicos. Desejam, como sempre foi contemplado, ser um mundo à parte, um “Brasil Público” diferenciado dos trabalhadores privados, espécie de castelo real, um retorno aos tempos de Luiz XVI, uma corte perdulária e sem compromissos.

Recentemente o Brasilium20 ampliou sua contaminação, se impregnou em alguns governos Estaduais, capturou suas lideranças que apavoradas pelo pânico sem consistência, resolveram parar a economia, os transportes públicos, originando outros atalhos para as mortes que se prenunciam – as da fome. Por mais apelos que os setores privados façam poucos são os que são ouvidos. As ações cada vez mais radicais são pela paralização sob pena de detenção.

O governo Federal desejoso de manter um mínimo de coordenação nacional é prontamente repelido pelo STF, Congresso, além dos opositores de sempre, OAB e partidos de oposição. Nesta toada quem sofre é a população.

Há um efeito colateral grave que pode resultar destas invasões de competência e resistência ao Presidente –  a Ruptura Institucional. Quem conhece um mínimo de história sabe como estas rupturas acontecem. Há clima político na sociedade, há unidade no 3º andar do Planalto em Brasília, com 9 generais em diferentes segmentos do poder, há clima nos quartéis.

Cabe aos dois poderes “rebeldes” se associarem ao Executivo e contribuírem na solução do País. Continuar neste atalho da insubmissão é oferecer uma oportunidade para o rompimento da estrutura política brasileira. Lamentável, mas real.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI

PRESIDENTE DO MDV

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