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CORONA, UNIVERSIDADES E PEQUISAS

• Política
• 5 de maio de 2020

Bolsonaro já disse que aluno brasileiro faz tudo menos estudar. Talvez exagerou, mas seu petardo tem direção, nossas Universidades são uma tragédia. Temos centenas, federais, Estaduais, Privadas e pasmem, até municipais. Das avaliações internacionais que participamos, entre as 1000 melhores comparecemos com um modesto 700º lugar. Das 10 melhores universidades da mundo 8 localizam-se nos USA e 2 no Reino Unido. MIT e Harvard são as campeãs, no Brasil a USP e UNICAMP comparecem como as duas melhores.  Mesmo assim não se tem notícia de um prêmio Nobel, um trabalho excepcional na área da pesquisa. Uma dos mais promissores projetos se deu durante a Copa de 2014, a abertura foi feita com um exoesqueleto concebido pelo cientista brasileiro  Dr. Miguel Nicolelis, que segundo alguns havia recebido ajuda de 50 milhões do governo do PT. A imprensa fez duras críticas, foi um fracasso perante o mundo.

Além do Ministério da Ciência e Tecnologia com 11,8 bilhões/2020 comparecem ainda os Ministérios das FFA e o Ministério da Educação com frações de seus orçamentos, estima-se que em torno de 1,5% do PIB. Os países desenvolvidos aplicam em média 3,5%. Mas há curiosidades cientificas interessantes,  países que aplicam bem menos do que o Brasil alcançam resultados muito mais expressivos do que nós. Portanto a conclusão é clara, não basta só dinheiro, é preciso mais ordem e disciplina nestes segmentos. Quem conhece os centros acadêmicos do Brasil sabe que as Universidades são espaços “democráticos” onde cabe todo e qualquer comportamento, inclusive o preguiçoso, o oportunista que deseja um bolsa para se manter, e, sobretudo, o baixo nível de avaliação ou exigência. Cria-se um sistema “malandro”, ocioso, esbanjador e de poucos resultados.

Mas há também o Brasil que dá certo. O atual Sistema de Recolhimento de Impostos – Receita Federal, causa inveja aos melhores países do mundo. Trata-se de um complexo sistema de dados que controla em tese 210 milhões de brasileiros. Foi um Sistema construído por brasileiros “trocando os pneus com o carro andando”, mas desde que inventaram a figura do Leão na década de 70 todos os brasileiros passaram a pagar IR, poucos escapam do seu raio de ação.

O Sistema eleitoral – urna eletrônica, é outra invenção brasileira de enorme sucesso. Nasceu na cidade de Brusque e na sua origem, o eleitor votava com a cédula que em seguida passava numa máquina de leitura óptica, depositando o voto na urna. Ao final da votação, passava-se a informação para uma central de coleta de votos, e os resultados eram quase imediatos. Depois a urna evoluiu para o atual modelo cujas críticas é justamente, a ausência de impressão do voto.

Outro feito da “engenharia” local é o Sistema Financeiro Nacional. Surpreende o mundo ver um Sistema Bancário com a competência do Brasil. Estamos conectados em 5570 municípios e os bancos fecham suas contas diariamente. Em outros países os Bancos não fazem o que se faz no Brasil. Aqui o Banco faz desde pagamentos a aposentados a pagamentos de contas de luz, é um assombro administrativo.

Do ponto de vista do modelo o Sistema de Saúde – SUS é igualmente uma obra monumental feita por brasileiros, seguramente, é o maior complexo social do mundo. Ainda não exibe músculos de eficiência muito mais pelo desprezo de governos anteriores do que o modelo em si. Trata-se de algo inigualável no mundo – tem pretensões de ser geral e universal a todos os brasileiros.  Nesta crise do Corona está se vendo a capacidade de operação do país graças ao SUS. Ele, como os bancos, está presente em todas as cidades brasileiras, direta ou indiretamente. É um orgulho para o país.

Nenhum desses Sistemas foi concebido por profundos estudos dentro dos laboratórios das Universidades. Nasceram das necessidades administrativas e contaram com muitas contribuições, seguramente, a maioria fora dos “pesados encargos” dos projetos laboratoriais.

Já é uma esperança!

Registro por oportuno meu apreço e admiração aos queridos mestres que me indicaram os caminhos da Administração Profissional, com os quais troco informações pelo WhatApps – Gilson Meirelles, Clara Pelegrino, Antonacci, Mario Nelson, Diomário Queiroz, Golias, Rubens Clasen entre outros.