QUARENTENA LINEAR – A FRAUDE DO SÉCULO
Os USA são um território imenso, 7,8 milhões de km2, população de 320 milhões. Cabem dentro dos USA, Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha e França, que somadas perfazem 313,2 milhões de pessoas. Por lá adotaram a quarentena linear e não deu certo.
Brasil com 8,5 milhões de km2 e população de 210 milhões compreende uma Itália +Espanha+Inglaterra+França que somadas atingem 230 milhões de pessoas. Aqui adotamos o mesmo procedimento linear, o que vale para europeus, vale para Manaus, SC ou para o interior de SP, muitas regiões sem nunca terem sido contaminadas. A imprensa ruidosa informa que nos USA a culpa é do Presidente Trump e no Brasil do Presidente Bolsonaro que não souberam a tempo e hora implementar o “confinamento social”.
No primeiro caso estamos falando de países ricos, renda média acima de 60 mil dólares/ano, pobres por lá só os imigrantes e nestes tempos de pandemia, solenemente, rejeitados.
Nos USA os infectados se aproximam de 1,5 milhão (15/05) e as mortes de 90 mil. Estão em lockdown há mais de 60 dias e os casos só aumentam. A quarentena serviu para uma constatação assustadora – 66% das mortes pelo COVID19 resultaram de pessoas que estavam em casa e 86% que estavam submetidas direta ou indiretamente, a esta quarentena. “Estou chocado disse o Governador Cuomo, pensávamos que as mortes viriam das pessoas de frente do combate, dos serviços essenciais, mas o que se viu foi o contrário”.
Vale observar que o mesmo se deu na Itália, Espanha, Inglaterra, mais de 60 dias em quarentena e as mortes só aumentaram. O mesmo aconteceu com outros países. O que dizem os inseguros cientistas, é que se a quarentena não tivesse sido adotada as baixas seriam ainda maiores. É uma afirmação sem intensidade, frouxa, sem o vigor da convicção.
Quem acompanha o debate pelo mundo – o programa da Christiane Amamnpour, CNN é um bom caminho – se depara com incertezas, com opiniões as mais diversas, não há convicções, a grande maioria, de uma forma geral, permanece dentro do efeito manada esgrimindo o mantra FIQUE EM CASA. Será?
Esta “linearidade” adotada pelos Países Ricos e copiada pelos Pobres aos poucos vai ficando para trás, funciona no primeiro, segundo mês, mas a partir deste limite começam as indagações – E se o vírus durar 6 meses, 1 ano, 5 anos, vamos continuar com a economia parada? Evidentemente, a resposta é não.
Em países pobres como o Brasil esgotado o Auxilio Emergencial dos 3 meses (20/4, 20/5 e 20/6, 50 milhões de pessoas) é possível projetar conflitos sociais, desorganização da economia, rejeição das autoridades, cair numa guerra civil sem precedentes. Urge que a roda da economia seja ativada, emprego e saúde não são excludentes, são convergentes, um depende do outro.
Recentemente, a OMS que construiu com a China este caminho linear insano da quarentena, resolveu vir à público e informar que o que serve para países ricos não serve para os pobres. Descobriram que a população dos países periféricos não tem como ficar “confinada”, os ambientes favelados, ruas, comércio, serviços, as moradias, não favorecem o isolamento social, ao contrário, acentuam a aglomeração. Em decorrência destas precariedades a transmissão do vírus se dá com muito maior intensidade com ou sem o isolamento. Descobriram então que milhares de pobres vão conviver com o COVID19, com a perda da oportunidade “informal” e milhões, com o seu modesto emprego formal.
A OMS então providenciou um “novo” protocolo informando que cada país verificasse suas condições locais adotando ações que preservassem a vida destas populações e os “empregos informais” para que a população tenha meios de sobreviver.
A pandemia desde o seu começo tivesse sido pensada para países pobres o modelo de proteção teria sido outro. Após criar todo este “pandemônio” econômico, chegaremos ao fim e cabo que o melhor caminho a seguir será o Modelo Vertical, cujos protocolos preservam os empregos e salvam vidas. Infelizmente, adotou-se o Modelo Horizontal, bom para países ricos, péssimos para países pobres.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI
PRESIDENTE DO MDV