CASAN E O BACALHAU SANITÁRIO
Quem tem 50 anos ou mais conheceu o “poderoso” suplemento vitamínico Emulsão de Scott, que associava óleo de bacalhau com vitaminas “A e D” e segundo o que apregoava “era de gosto agradável e protetor das crianças”. Nossas mães adoravam “receitar” a milagrosa garrafa, especialmente, aos filhos recalcitrantes na hora do almoço.
A embalagem revelava um homem com sua força, energia, virilidade, com um enorme bacalhau nas costas. Era a senha para demonstrar que o filho poderia exibir a mesma performance.
Analogamente, a Região Metropolitana, especialmente Floripa e São José, é o homem do bacalhau, carregamos nas costas, a CASAN. Estamos exaustos de tanta incompetência da Estatal.
No Balanço de 2020, as Receitas foram as seguintes:
REGIÕES SC – AGUA/ESGOTO (EM MIL)
Região | Agua/2020 | Esgoto/2020 | Total | % |
Metropolitana (Floripa&Outras) | 389.178 | 163.739 | 552.917 | 43,84 |
Sul Serra | 190.262 | 34.325 | 224.587 | 17,82 |
Oeste | 224.243 | 29.211 | 253.454 | 20,09 |
Norte Vale | 221.517 | 8.539 | 230.056 | 18,25 |
Total | 1.025.200 | 235.814 | 1.261.014 | 100,00 |
Participação Região Metropolitana 2020 em relação ao Estado: 43,84%
Mas há mais absurdos nestes números:
FLORIPA E REGIÃO – ÁGUA E ESGOTO 2020 (Em mil)
Região | Esgoto/2020 | Água/2020 | Total | % |
Floripa | 128.333 | 228.301 | 356.634 | 64,50 |
São Jose | 35.119 | 98.472 | 133.591 | 24,16 |
Outros | 287 | 62.405 | 62.692 | 11,34 |
Total | 163.739 | 389.178 | 552.917 | 100,00 |
Participação Florianópolis na Região Metropolitana 2020: 64,50%
Diante destas iniquidades urge que o Poder Municipal, Executivo e Legislativo instalem uma CPI da CASAN para identificar os enormes prejuízos que são impostos pelo Governo do Estado. Carregamos, um “tremendo bacalhau nas costas”
Os números são contundentes, a RMF sustenta a CASAN com destaque para Florianópolis e São José. Vale ressaltar que a Receita da CASAN provém de 195 municípios catarinenses e praticamente dois deles contribuem com 43,84%. E, A CONSTATAÇÃO É CLARA – a RMF “exporta” recursos para outras regiões do Estado.
A CASAN mantém um contrato com a cidade resultante da lei 9.400/13 cujos investimentos deveriam ter sido em média de 128.363 milhões por ano durante os primeiros 5 anos, mas nada disso aconteceu. Não por outra razão, nossos mangues, rios, lagoas, tudo anda poluído.
As Entidades da sociedade civil vêm debatendo o problema há pelo menos 12 anos, mas até agora nenhuma autoridade se sensibilizou com estas arbitrariedades contra a população de Floripa.
O uso do cachimbo não deixou torta só a boca da CASAN, alcançou também a Câmara Municipal e o Executivo Municipal. Precisamos por um paradeiro nestas calamidades.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV