COLOSSO BRASIL – PORQUE ME UFANO DO MEU PAÍS
Creio que muitos de nós, leram o livro de Afonso Celso (1860/1938) um intelectual católico, advogado, escritor, tinha noções claras do movimento liberal mundial. Um de seus livros trazia o título do texto e alinhava suas convicções em 04 eixos – “providência divina da grandeza do País (8,5 milhões km2); “a opulência da fauna e da flora”; “a força étnica da população” (o mestiço brasileiro não denota inferioridade alguma física ou intelectual); e a “projeção do Brasil como a terra do futuro e do progresso”.
Foi durante muitos anos um livro de “moral e cívica” de nossas escolas e depois caiu no esquecimento justamente porque os “sábios” da esquerda constataram que o livro era uma “laudatória dos feitos da classe branca europeia que tudo fazia para subjugar os povos não brancos” e o livro ao mencionar a força étnica da população esqueceu de dizer o sofrimento dos períodos da escravidão.
Seguramente, não foi essa a intenção de Afonso Celso, mas como dizem os historiadores, o que interessa em muitos casos “é a versão e não os fatos”. Nos dias atuais a visão de Afonso Celso se mantém, passados mais de 100 anos e pode-se acrescentar outros ingredientes no “Colosso Brasil”.
Nelson Rodrigues (1912/1980) cunhou a expressão “Brasil Pátria de chuteiras” ufanando-se do nosso futebol mas acrescentou que andamos com “complexo de vira-latas” espécie de comportamento autodepreciativo de alguém, que vive se rebaixando enquanto enaltece o outro. Neste imenso balaio vazio cabe de tudo, a cultura, inteligência, economia, a moral e ultimamente, os usos e costumes.
Nós brasileiros achamos que o outro sempre faz melhor. No momento o esporte nacional é desdenhar a forma como o Brasil trata a questão da pandemia, particularmente, o Plano Nacional de Imunização. O Brasil fez aposta na vacina produzida pela AstraZeneca/Oxford não por acaso, mas mediante estudos científicos. Tanto que o Instituto Osvaldo Cruz/Fiocruz acertou não só a compra do material como, igualmente, a sua produção, ou seja, dará ao Brasil, a sua independência frente aos fabricantes. Quais países podem se gabar desta condição? Não passam de 10 no mundo, nós entre eles, mas a maioria da imprensa alardeia, diariamente, que andamos atrasados, somos o pior entre os grandes a tratar da vacina.
O que era uma “aspiração” no tempo de Afonso Celso, se transformou em realidade. O Brasil já é o maior País produtor de proteínas e grãos do mundo – IBGE estima uma produção agrícola/220 de 246,7 milhões de toneladas, há mais bois do que gente (220 milhões unidades), 40 milhões de suínos e produzimos quase 15 milhões de toneladas, para ficar nos mais expressivos. Se cada frango pesar em média 1kg produzimos a fantástica soma de 15 bilhões de unidades. Parece que isto não desperta orgulho nos brasileiros.
Mas não é só na agricultura que o País dá saltos de qualidade. Somos bons também na tecnologia. O sistema de urnas eletrônicas cujo início remonta a 1996, é uma realidade extraordinária, nenhum País das dimensões continentais do Brasil conseguiu essa façanha. Ainda cabem aperfeiçoamentos mas, muitos, não reconhecem este modelo como o melhor do mundo.
A Receita Federal é outro monumento de tecnologia e eficiência que poucos países alcançaram. O seu “sistema” só não é mais reconhecido porque o cipoal tributário brasileiro não deixa aflorar está maravilha administrativa.
Outro prodígio da tecnologia é o nosso sistema bancário, seguramente, o mais eficiente do mundo. São 5.570 municípios e em cada um deles há uma conexão bancária cujos protocolos administrativos são fechados diariamente, algo surpreendente para qualquer padrão de País desenvolvido.
Afonso Celso tão injustiçado e recusado nestes últimos tempos sentiria orgulho de ver os avanços que o país produziu, diria que a providência divina, nunca nos faltou. Talvez poderíamos ser um pouco mais agradecidos a ela. Muitos maus brasileiros, insistem em afrontar o destino do País, mas para estes coveiros, assim como para os traidores, restarão as migalhas derramadas das carruagens. A caravana passa, os cães ladram e se alimentam do pouco que sobrou, o que não é pouco.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE DO MDV