CONEXÃO 1964 A 2022 – O CICLO NÃO SE ENCERROU

Em 1964 era um adolescente sonhador, cursava o secundário, preparando-me, à Universidade, pretendia cursar “Filosofia de História” para dar sequência a uma carreira de professor. Vi e ouvi (naquele tempo rádio e jornais) nascer o Movimento Militar que alterou a política do Brasil. Naquela época, os argumentos levantados eram de que o Brasil se aproximara demais do Socialismo, doutrina segundo a qual, defendia o aborto, prendia opositores e padres, destruía a propriedade privada, planejava a economia e era contra o voto universal, contra a democracia. Milhões foram às ruas apoiar o “golpe”.

Desde a morte de Getúlio em 1954, o Brasil entrou em turbulência política, até eleger Jânio Quadros em 1961, cujo vice-presidente, João Goulart, era de tendência socialista. Permaneceu no governo 206 dias, e surpreendentemente, renunciou ao mandato, jogando o Brasil, em novo período de crise, posto que os militares não concordavam, entregar o Brasil à doutrina marxista. Desencadeou-se então o Movimento Cívico-Militar de 31/03/64, o general Mourão então comandante da 4ª Região Militar iniciou uma rebelião em Juiz de Fora. Suas tropas marcharam em direção ao Rio de Janeiro com o objetivo de prender João Goulart. Todos os comandos militares aderiram ao General rebelado, os partidos foram extintos, surgindo a ARENA e MDB, durando até 1989, quando o poder foi passado, justamente, para as mesmas forças, banidas 25 anos antes.

Um pouco antes fora permitido a recriação de partidos políticos, permaneceu o MDB (1981), ressuscitaram o PTB (1981), PDT (1981), PT (1982), PCdoB (1988), PSB (1988), PSDB (1989), entre outros. Hoje os partidos socialistas, são pelo menos 12, o mais expressivo o PT. Vale ressaltar que há enormes diferenças entre partidos socialistas brasileiros e europeus, por exemplo. Aqui, defende-se, claramente, a tomada de poder sob comando de Partido Único, aos moldes cubanos, na Europa, os Países detestam o socialismo, posto já terem sido vítimas, desde 1945 até a queda do muro de Berlim.

Os estudantes das Escolas Militares de 1964 e anos seguintes, são justamente, os generais dos dias de hoje. O próprio Presidente viveu intensamente, o período de exceção que o Brasil viveu. De ressaltar que o grupo político incrustado dentro do PT comandados pelo seu fundador Lula&Cia. são os mesmos desde então. Portanto, são os últimos estertores de uma caminhada, nenhum dos dois grupos que se digladiaram após 1989, deixaram herdeiros políticos. FHC, com 90 anos de um lado e Lula, 77 de outro, não deixaram um legado de líderes que pudessem seguir adiante com seus projetos políticos. Hoje, mais do que militantes partidários, há no Brasil, “facções criminosas” que se assenhoram do poder para vantagens pessoais. Os comandos militares rejeitam tanto o socialismo quanto os desmandos de corrupção que provocaram no Brasil.

Neste últimos 40 anos os militares suportaram em silêncio, dentro dos quartéis, as mais diferentes humilhações, foram, energicamente, criticados no Congresso Nacional, tiveram o desplante de indicar um comunista para o Ministério da Defesa e a humilhação mais contundente, criaram uma  Comissão Nacional da Verdade, colegiado instituído pelos socialistas do Congresso e beneplácito do governo para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Esta comissão além dos objetivos “morais” distribui também uma “Bolsa ditadura”, entregue a vários “guerrilheiros” do passado, nenhuma, a militares. O ano de 1946 entra na história para mitigar as intenções malévolas dos seus criadores.

É diante destes disparates que nos encontramos. O povo nas ruas rejeitando Lula que não o quer na Presidência. Em 1964, Mourão e seus companheiros estavam em desvantagem frente ao poder, pretendiam impedir, como agora, a ascensão ao poder de um socialista, não contavam com o apoio popular que só veio depois, agora é diferente, os militares já estão no comando, e, certamente, irão resistir à posse do Presidente eleito. É onde nos encontramos no momento.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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