CONEXÕES LIBERAIS DO 7 DE SETEMBRO

Era verão na França, quando em 14/07/1789, o povo nas ruas queria o fim da Monarquia de Luiz XVI e sua amada, a rainha Maria Antonieta, odiada pelos franceses. Ela era austríaca, debochava da população, mandava o povo “comer brioches” e parar de reclamar. Brioches são pequenos pãezinhos muito populares no País largamente consumidos pelas camadas mais pobres da população.

O “establishment” Frances de 1789 atendia por uma divisão muito bem estruturada, o povo carregando o “Estado” nas costas:
  • Primeiro estado – o clero que não pagava impostos
  • Segundo estado –a nobreza –  rei, duques e marqueses que não pagavam impostos
  • Terceiro estado – trabalhadores urbanos, camponeses e burguesia que pagavam impostos e sustentavam o fausto real e os dois outros Estados.

Luiz XVI era um devasso das finanças, gastava desmesuradamente. A Conta chegou quando ele demitiu seu ministro da Economia em 11/07/1789, justamente, porque o Ministro queria atender parte das reivindicações da população, pagar menos impostos. Três dias depois o “pau comeu”, a população nas ruas, foi direto para a Bastilha, espécie de grande cadeia da época onde o rei aprisionava seus opositores. Em pouco tempo destruíram completamente o imóvel, libertaram os prisioneiros existentes.

A França nunca mais foi a mesma, nem o mundo ocidental. Estava decretada a Revolução Francesa, movimento que nos legou as novas formas de Governar uma nação. Graças aos iluministas entre eles, Locke (médico e filósofo) e Montesquieu (advogado e filósofo) conhecemos o Liberalismo e o novo Regime de Governar a República, está baseada nos três poderes independentes e harmônicos entre si.

Entre 1789 e 1799, foram 10 anos de muito sofrimento na França, os grupos se digladiavam entre si, havia uma convulsão social enorme, surgindo destes conflitos, Napoleão Bonaparte, um jovem General, chamado para apaziguar o País. No poder se mostrou um estrategista eficiente, percebeu que era preciso avançar sobre outros territórios, ampliar os poderes da França, trazer a autoestima de volta. Foi o que fez. Passou a invadir, primeiro seus vizinhos mas alcançou a Espanha e Portugal.

Em Portugal o General Junot e suas tropas chegaram no dia 30/11/1789, tempo suficiente para ver a última caravela real saindo do estuário do rio Tejo (Torre de Belém).  D. João VI avisado pelos ingleses fugiu antes da chegada dos franceses em 15 caravelas com aproximadamente 15 mil pessoas, e justamente, 54 dias depois, aportaram na Bahia. A chegada da família real precipitou os fatos. Os brasileiros que já almejavam a independência saudaram os novos tempos, todos acreditavam que o Brasil tinha se libertado de Portugal.

Em 1821, D. João voltou à Portugal e os temores de que tudo voltaria à estaca zero, obrigaram D. Pedro I, seu substituto, então com 22 anos, a proclamar a independência no dia 7/9/1822. O Brasil finalmente, estava nas mãos dos brasileiros.

Sempre é bom estabelecer estas conexões e verificar que o Brasil, já em 1822 passou a adotar as conquistas do povo francês, a representatividade do povo no Governo, ainda que, só pudessem se candidatar aqueles que tinham uma excelente biografia e um bom saldo bancário. Mas antes tarde do que nunca.

Poucos se lembram dos bancos escolares sobre estas histórias maravilhosas. O Brasil deve ao iluminismo, ao liberalismo, a sua independência política. Festejamos, pois.

ADM. Dilvo Vicente Tirloni – Presidente do MDV

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