CORONA FOCO NA DESINFORMAÇÃO

Das dezenas de TV abertas e fechadas operando no Brasil, milhares de emissoras de rádio, redes sociais, conversa nos “confinamentos” só se fala do corona vírus, uma pandemia que deixou o mundo, mas especialmente, o Brasil, “ virado de ponta cabeça”.  

Os confinamentos adotados pelos Governos Estaduais e municipais o foram de maneira açodada, atabalhoada, sem planejamento central, numa espécie de “salve-se quem puder”, cada qual desejoso de mostrar mais serviço do que outro.  O País de uma hora para outra viu-se paralisado, os canais de suprimentos comprometidos, a indústria, o comércio e os serviços “postos de joelhos”, milhões de trabalhadores em casa, aguardando pacientemente, a perda de seus empregos. Esta pantomima, no futuro, vai cobrar um preço. Para salvar vidas não há necessidade de destruir o sistema econômico, há formas mais inteligentes de superar estes obstáculos.

Há “engenheiros de obras prontas” para tudo, sempre, claro, fora do governo ou pior, sendo eles opositores ao governo. Temos presenciado inúmeros economistas receitando fórmulas milagrosas, justamente, os mais requisitados pela TV, todos de governos anteriores. Paulo Guedes&Equipe, uma verdadeira constelação de estrelas da economia, é um bando de aprendizes, são uns “Chicago Boys” exibidos, da maldita Escola de Chicago.  

O curioso desta crise é que “só existe um lado” certo, a OMS, pelo menos é o que se vê nos principais canais de TV. Há especialistas para tudo, sempre enaltecendo as acertadas ações dos governantes que paralisaram os Países condenando energicamente, os Governos que se omitiram ou que ainda não decretaram a quarentena.

Os países citados diariamente são a Itália, Espanha, França, Inglaterra e agora os Estados Unidos sempre com as imagens tétricas dos milhares de caixões, as cidades vazias, até o Vaticano exibindo o Papa subindo as enormes escadarias numa praça deserta.

Há também uma campanha para ridicularizar os opositores da OMS como o Governo Bolsonaro entre outros. Não se deseja debater o que pensa o governo, em que se baseia para opinar de forma diferente. O “efeito manada” não permite alternativas, a direção é uma só – confinamento enquanto perdurar a crise.

O diabo é sábio não porque ele é diabo é porque ele é velho. Aprendemos nestes tempos de internet que há opiniões para tudo, não é mais como no tempo de nossos avós em que meia dúzia de jornais ou emissoras de rádio ditavam “as verdades” segundo o interesse de grupos organizados.

Atualmente nos debates promovidos pelas bancadas de TV e rádio, os convidados são previamente selecionados e orientados a falar numa só direção. Há mais componentes tóxicos neste pensamento unitário – MPF, MPE, OAB, STF, estão atentos e prontos a enquadrar eventuais cientistas ou pensadores que não abraçarem o “confinamento”. Remédios como a cloroquina ou a hidroxocloroquina testadas e aprovadas por diversos hospitais são tidas e havidas como altamente prejudiciais à saúde, causam cegueira e surdez. É melhor ver o paciente morto do que tentar a sua cura.

A ONU possui hoje 193 Países-membros e há vários que não adotaram a doutrina do confinamento. A Holanda, a Alemanha, países da Escandinávia, entre outros, adotaram políticas diferentes, mas pouco se sabe sobre as razões destas medidas. Não há debates, imagens, impossível formar uma opinião.

É possível que nestes países os governos tenham ouvido os dois lados e sopesado a decisão. Por aqui Osmar Terra que é deputado e médico, que comandou as ações contra o H1N1 em 2009 é convicto – ninguém segura uma pandemia dentro de casa, é até possível ampliá-la em espaços favelados onde dezenas de pessoas vivem em pequenos cômodos. Dr. Anthony Wong professor e diretor do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas da FM-USP, Diretor do Instituto Brasileiro de Estudos Toxicológicos e Farmacológicos discorda da política do confinamento. Há vários outros cientistas pensando de forma diferente.

Este modesto escriba está indignado com a forma rasteira e simplista da imprensa de conduzir os debates. Qual a vantagem numa bancada de 4 a 5 jornalistas e todos concordarem com o mesmo ponto de vista? Ninguém a contradizer a “doutrina” reinante, todos feitos cordeirinhos amestrados exibindo uma sabedoria falsa sobre a maior crise desde a segunda guerra mundial.

Guardo convicção que somente uma ampla discussão do problema é capaz de trazer luz neste mundo de trevas em que se transformou a crise do corona e a imprensa é parte desta solução. Continuar tendo lado, não ajuda, só aumenta o tamanho da pandemia.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI

PRESIDENTE DO MDV

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