COVID19 E OS MODELOS DE GESTÃO
A gripe espanhola foi uma mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população e, estima-se morreram entre 20 a 100 milhões de pessoas. Nesta época não se tinha tecnologia para enfrentar o vírus da “influenza”, os médicos, sem informações, sem remédios, sem vacinas, recomendavam “FIQUE EM CASA”.
Em 2020, 100 anos depois, diante do covid19, adotamos a mesma técnica, o confinamento em casa. Seria este modelo apregoado pela OMS o melhor modelo?
Diante do inesperado surgem dois campos de gestão:
- ISOLAMENTO HORIZONTAL SOCIAL (Supressão) que compreende desde suspensão de aulas, cancelamento de eventos, reuniões, festas, fechamento de parques/praias, comércio, serviços e indústria, com a finalidade de diminuir qualquer oportunidade de reunir muitas pessoas em um mesmo ambiente mandando todo mundo ficar em casa. Só operam as atividades ditas “essenciais” como os serviços médicos, supermercados e afins, telecomunicações, segurança em geral, entre outros com o mantra “FIQUE EM CASA”.
- ISOLAMENTO VERTICAL SOCIAL (Mitigação) o confinamento é dirigido aos chamados grupos de riscos, aqueles sujeitos a certos fatores que potencializam a pandemia como portadores de doenças crônicas (comorbidades) e indivíduos com mais de 60 anos. Grupos de riscos ficam em casa (ou apoiados pelo Governo em hotéis contratados) e os jovens vão para o trabalho. A economia não para.
O dilema enfrentado pela OMS foi este – qual modelo adotar? Em tese ambos funcionariam mas com ações bem diferentes. Optaram pelo primeiro modelo cuja origem é a China. Seguiu-se o efeito manada, todos os Países o adotaram, exceto Bielorrússia, Suécia, para ficar nos mais famosos que preferiram o modelo vertical. Os resultados positivos, seguramente, estão com os países que mesmo em Pandemia não pararam a sua economia. Vale observar que mesmo na Itália, Espanha, Inglaterra com “lockdown” e extremo zelo em prender gente, o vírus seguiu a sua rotina.
O grande problema do Isolamento Horizontal é a paralização da economia com a destruição da renda, dos impostos e, sobretudo, dos milhões de empregos. Em países como o Brasil, onde operam muitos “informais” é uma tragédia anunciada. Por ora o Governo garantiu uma milagrosa renda de R$600,00 durante três meses recursos inimagináveis em “tempos de paz”. Com isso amainou o conflito social iminente. Mas, e pós-auxilio, o que nos espera?
Nasce desta indagação a necessidade de debater o modelo aplicado no Brasil. A “imprensa da morte” se desdobra em informar os recordes sucessivos diários, a competição entre Estados, e até entre países, não com o desejo de informar mas, sim, com o fulcro na confirmação de que o lado que abraçaram – o modelo horizontal – está correto.
A julgar pelo Estado de SC, trata-se de uma doença grave, todavia, até esta data (12/05) sua morbidade é pequena, com 73 mortos em 56 dias. Os infectados, são 3.733. A Região Metropolitana apresenta indicadores ainda mais surpreendentes – 575 infectados com 12 mortos; Floripa conta com 398 infectados e 06 mortos. SC conta com 6,2 milhões de habitantes.
As dúvidas da população e de todos os empreendedores é uma só – teria o isolamento horizontal produzido os efeitos esperados? Nestes casos é bom fazer comparações. São Paulo implantou o confinamento há 60 dias e por ora os resultados são pífios; o Rio de Janeiro fez o mesmo e a tragédia só aumenta. Suspeita-se que como dizem alguns especialistas, nada vai parar o vírus, ele fará a sua passagem, normalmente. Só após cumprido o seu caminho (estimado em 13 semanas) é que começará a ter fim a pandemia. 80% da população será atingida, mas apenas !% a 2% serão acometidos gravemente, o bloqueio só vai postergar a pandemia, não acaba com ela.
SC, PR, RS praticaram o isolamento com diferentes resultados entre si. Mais suspeitas, porque diabos SC é melhor do que os gaúchos e estes do Paraná?
Muitos estão convictos que se o Governo tivesse adotado o Isolamento Vertical os resultados seriam melhores quanto a doença em si, mas, sobretudo, para a economia. Nenhum dos 500 mil desempregados de SC (Sebrae 12/05) ficariam dependentes do Governo ou de suas famílias.
Até para o corona vírus, é preciso gestão, não só vacinas.
DILVO VICENTE TIRLONI
PRESIDENTE DO MDV