EMERGÊNCIA AMBIENTAL – FLORIPA AFUNDA NA CONTAMINAÇÃO

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) emite relatórios de balneabilidade mensais ao longo do ano, mas durante a alta temporada, a frequência aumenta para semanal. Infelizmente, os números recentes (08 a 12/01) revelam uma situação desoladora para a capital catarinense. Dos 87 pontos analisados, 33 foram classificados como impróprios para banho, o que significa que aproximadamente 40% do nosso litoral está contaminado.

A atual situação é de emergência, e os relatórios destacam um cenário alarmante. Nossas preciosas belezas naturais – rios, lagoas, mangues e praias – estão agora cercadas por germes transmissores, representando uma ameaça direta à saúde pública. Pontos críticos incluem 13 em Canasvieiras, 01 na Praia Brava, 03 nos Ingleses, 09 na Lagoa, 01 no Campeche e 01 na Armação do Sul.

Florianópolis está enfrentando uma invasão gradual por um manto tóxico, e como cidadãos conscientes, é nosso dever protestar veementemente contra a Casan, uma empresa que desempenha um papel significativo nessa degradação. A contaminação não é apenas uma ameaça ao meio ambiente, mas uma agressão direta à saúde de nossa comunidade. Doenças graves, como amebíase, giardíase, gastroenterite, febre tifoide, paratifoide, hepatite infecciosa (Hepatite A e E) e cólera, podem se espalhar, transformando nossa cidade em um foco de enfermidades.

Surge a pergunta: como chegamos a esse estado de calamidade? Certamente não por falta de recursos. Em 2022, a CASAN registrou uma receita total de R$1.555.736.000,00, sendo que a Região Metropolitana contribuiu com 47,32% (R$736,3 milhões) e Florianópolis, isoladamente, com 29% (R$444,8 milhões).

O ano de 2023 trouxe ainda mais receitas. Até o terceiro trimestre, a CASAN já havia faturado R$1,3 bilhão, com a Região Metropolitana contribuindo com 48,22% e Florianópolis com 28,32% do total. Isso, somado à previsão de contribuição de cerca de 500 milhões de Floripa, revela uma receita significativa que deveria ter sido investida na preservação ambiental e saneamento básico.

Diante desta situação crítica, exigimos ações imediatas. A saúde de nossa cidade e de seus habitantes está em jogo, e a CASAN deve prestar contas. É hora de priorizar a preservação ambiental, investir de maneira efetiva na descontaminação de nossas águas e na implementação de práticas sustentáveis. Nossa cidade merece um futuro saudável e sustentável, e não podemos mais tolerar a degradação de nossos recursos naturais.

ADM DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

ANEXO

RECEITASAGUAESGOTOTOTAL%
EMPRESA1.046.283277.8371.324.120100,00
REGIAO METRO456.805181.803638.60848,22
FLORIANOPOLIS239.934135.083375.01728,32
OUTRAS REGIÕES  685.51251,78
FONTE: ITR – INFORMAÇÕES TRIMESTRAIS – 30/09/2023 CASAN

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