Energia a Força que Move a Economia

A CELESC é a fonte “primária” da energia em SC. Desde os idos da década de 70 SC, vem sendo abastecida pela Estatal. Celso Ramos foi um grande Governador. Implantou o PLAMEG – PLANOS E METAS DO GOVERNO (1961/1966) e lá constava levar luz à toda SC. E foi feito. Lembro-me com meus 15 anos quando a energia chegou à casa de meus pais, foi um alvoroço, ninguém acreditava no que via. Acostumados a uma vida noturna com base em lamparinas e lampiões, ver toda a casa iluminada a um toque do interruptor, foi mágico. Seguramente, uma das maiores emoções   que Nova Trento recepcionou. Desde então, o que parecia excepcional virou rotina, hoje não há um só lugar no Estado que não seja abastecido predominantemente, pela CELESC.

E o modelo Estatal se sustenta?

Não obstante as inúmeras críticas que o modelo estatal recepciona a CELESC tem resistido às severas repreensões por abrigar no seu meio centenas de pessoas de nomeação política e sobretudo, a ausência de mais investimentos, justamente por depender de aportes do Governo do Estado.

Vivemos dias mais “oxigenados” na política. Quando a CELESC foi criada não havia como não ser estatal.  Naqueles tempos juntar capital privado sem um pujante Mercado de Capitais era difícil. Cabia então ao Governo criar as poupanças necessárias para os altos investimentos que os projetos demandavam. Veio o Movimento Cívico Militar de 1964 e o modelo continuou, ou melhor foi acelerado. Itaipu a 2ª maior usina do mundo é destes tempos.

O modelo socialista ou socialdemocrata vigente desde 1985 fez pouco na área dos investimentos quer por concentração estatal (vide a Eletrobrás, ora em processo de privatização) e como decorrência, falta de recursos, cujos orçamentos foram direcionados a programas populistas em prejuízo dos projetos de infraestrutura dos quais a energia faz parte.

Nos dias atuais o modelo público foi para o brejo. Não cabe ao Estado produzir ou distribuir energia à população, os recursos são poucos e os que existem devem ser destinados à saúde, à educação, à segurança.

Na ALESC há dezenas de políticos que se dizem liberais, mas na hora de privatizar se transformam em intervencionistas. Tanto a CELESC quanto a CASAN vão padecer destas incompreensões. Ambas sem dinheiro atrasam investimentos e a população cedo ou tarde vai sofrer destas ineficiências. Floripa é testemunha da inoperância da CASAN.

Em SC não temos notícia da falta de energia e a CELESC está bem avaliada entre os consumidores. Mesmo assim, está longe de atender a todas as demandas do segmento, precisa de pesados investimentos.

Em 2018, alcançou um faturamento líquido de 7,7 bilhões com “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização” de 610,6 milhões, pouco menos de 10%, e lucros líquidos de 165 milhões, 2% do faturamento. “Meno male” pelo menos não deu prejuízo.

Essencialmente a CELESC se dedica a distribuir energia, investe muito pouco na área de geração, menos de 20 milhões em 2018. Desta forma será sempre dependente de compras de energia quando, seguramente, tivesse os recursos necessárias faria mais investimentos no campo da produção. Neste caso não só usinas elétricas decorrentes de barragens, mas sobretudo, aproveitando os ventos favoráveis da energia solar e eólica.

Salta aos olhos por exemplo que não haja um Programa Estadual junto dos consumidores para o uso de energia solar. Simples, prático e econômico de realizar.

DILVO VICENTE TIRLONI
PROFESSOR, COORDENADOR DO MDV

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