EU QUERO SER FELIZ – LIBERALISMO E AS NECESSIDADES HUMANAS

Entre os pilares do liberalismo encontramos a defesa dos direitos individuais e coletivos, um conjunto de valores consagrados no lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, depois inseridos na Primeira Carta dos Direitos do Cidadão, de 1789, cuja centralidade foi (e é) “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum”

Estes eram conceitos políticos, democráticos, presentes nas sociedades desde o século XVIII. Aliados a outros pilares como o direito à vida, propriedade, livre comércio e liberdade de eleger os governantes se traduziam na “felicidade coletiva do cidadão”. Era a busca da alegria, do bem-estar social, o mínimo exigido para viver bem.

Maslow, um psicólogo americano do século passado acrescentou mais alguns conceitos, desta vez, pessoais, individuais, que seguidos e cumpridos, trariam a felicidade aos seus seguidores. Enxergou uma pirâmide a ser escalada.

No primeiro estágio da escadaria, disse Maslow, ninguém será feliz se não forem atendidas as chamadas necessidades fisiológicas como suprimento de água, comida, sexo e até o sono. O homem desde as antigas eras sempre buscou locais em que os elementos que suprissem estas necessidades estivessem presentes.

Mas como na canção popular a “gente não quer só comida” a gente também quer segurança cujo conceito para Maslow é amplo, abrange a parte física do corpo, reconhece o abrigo como essencial para a sobrevivência, e dentro de amplo espectro menciona a propriedade, a busca por recursos materiais, a busca pela saúde.

O terceiro estágio desta subida diz respeito às necessidades que envolvem os aspectos sociais das pessoas. São os relacionamentos. Segundo Maslow o homem é um ser eminentemente social, gosta de conversar, de se relacionar, pertencer a grupos, sejam de interesses individualizados ou coletivos. O ermitão não cabe no figurino aqui inserido.

Resolvidos estes problemas caminhamos para o quarto grupo, as necessidades abarcadas pela autoestima, conceito que engloba as qualidades com que a pessoa se enxerga, seu modo de ser, sua forma, sua aparência, expressando confiança na sua personalidade, nas suas ações nas suas opiniões. É o conceito da pessoa “bem resolvida”.

Finalmente a pessoa atinge a ponta da pirâmide que é a auto realização estágio do conhecimento interior, das percepções, do desenvolvimento das ideias, dos projetos, das certezas, do alcance de todas as suas potencialidades. São poucas as pessoas que atingem este estágio. Exige renúncias, conhecimentos do mundo exterior em que vive.

Por isso, em tese, todos poderão alcançar este patamar desde que desenvolvam alto nível de moralidade social, criatividade, espontaneidade. São pessoas iluminadas que orientam os padrões sociais e comportamentais da sociedade. É o cientista que fica dias sem comer, o artista que esquece do mundo, dos compromissos, o escritor que produz de forma incessante, é o sacerdote/sacerdotisa que inspira paz e amor, o amigo dos inválidos, tudo feito com afeição, dedicação a uma causa. São pessoas abençoadas.

O foco nestes conceitos, os expressados em 1789 e os do cientista social do século passado, guardam estreita relação – todos buscam a felicidades das pessoas. Portanto viver num País que subtrai os direitos individuais e coletivos como são verificados em alguns países socialistas, ditatoriais, é afrontar o bem-estar das pessoas, tirar a felicidade de bem viver. Não por outra razão a fuga permanente de cidadãos de locais autoritários, comprova que a população não quer só comida, quer muito mais, quer ser feliz.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

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