O GRITO QUE VEM DO SUL

Floripa é uma cidade maravilhosa, por onde se anda, sul, norte, leste, oeste, misturam-se naturezas de todos os matizes, parece uma fotografia divina. Entretanto, por trás destas maravilhas escondem-se feridas ambientais provocadas pelo homem que os governantes teimam em não resolver.

Os problemas se acentuaram a partir de 2007 e continuam se avolumando de forma avassaladora. Nossos manguezais, rios, lagoas e praias andam poluídos. O IMA/SC informa que Foripa e todo o litoral da Região Metropolitana estão contaminados e impróprios para banho.

Em recente encontro na ACIF com as Entidades da Organização Civil o assunto foi debatido, a Entidade entregou um Manifesto de apoio ao Prefeito relatando a visão da entidade.  O histórico da CASAN com nossa cidade é decepcionante.  A CASAN fatura R$1.555.736.000,00, a Região Metropolitana (exceto Palhoça e Governador Celso Ramos) contribui com 47,32% (736,3 milhões) das Receitas da Estatal e Florianópolis, isoladamente, com 29% (444,8 milhões). Os números são contundentes, a Região financia a CASAN, ressaltando que a Receita provém de 194 municípios catarinenses. Já os Investimentos médios na Região não são conhecidos, a CASAN omite os dados. Ufanisticamente, revela números extraordinários, todavia, os Relatórios financeiros informam que entre 2014 a 2022, a média anual para todo o Estado de Santa Catarina foi de R$291.007 milhões anuais, R$97.319 milhões para água, R$172.225 milhões para Esgoto e R$21.463 milhões para outros setores.

Há outro fato grave na estrutura financeira da CASAN, o seu endividamento, hoje na casa de 1,659 bilhão. Sem recursos próprios a Estatal se endivida, mas quem paga os juros e as amortizações é a RM com pelo menos 47,32% sem que estes recursos sejam aplicados em nossa cidade e região.

O Prefeito revelou que o Sul da Ilha composto pelas seguintes UTPs – unidades territoriais de planejamento do PMSB, Costeira, Rio Tavares, Morro das Pedras, Tapera, Ribeirão da Ilha, Lagoa do Peri, Pântano do Sul, Lagoinha do Leste, Saquinho não contam com um metro de coleta de esgoto, inaceitável para a cidade, que gera tantas receitas para a CASAN. Deu prazo, outubro/2023, quer os projetos de engenharia, os recursos financeiros alocados, financiamentos e prazos. Caso não se confirmem estes pedidos está disposto a romper o contrato com a Estatal e licitar as localidades nomeadas.  

O PMSB é um excelente documento para consultar as necessidades destas localidades e a previsão dos investimentos. Á página 181, está lá o título –  PLANEJAMENTO DO SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO com as diretrizes, objetivos, programas metas e ações. Há quadros claros das ações de curto, médio e longo prazo. Pelo que se tem conhecimento, este documento nunca foi objeto de interesse de administrações municipais anteriores, tampouco da CASAN que senhora absoluta de suas decisões fez o que sempre lhe interessou, desprezando o principal gerador de suas receitas. Parece que esta forma inadequada de agir, está chegando ao fim.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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