FLORIPA E A TRAGÉDIA DE PORTO ALEGRE

FLORIPA PODERIA SER VÍTIMA DE ALAGAMENTOS TÃO INTENSOS?

Florianópolis, uma cidade notável por sua geografia singular, é marcada por uma diversidade de paisagens como longas encostas, restingas, manguezais, planícies, dunas e vastas áreas conhecidas como marismas ou apicum. Esses ecossistemas são formados por depressões nas proximidades da foz de rios que são periodicamente inundadas pelas marés. Apesar da presença de numerosos rios, nenhum possui força suficiente para provocar inundações de proporções bíblicas, como as que foram observadas em Porto Alegre e sua região.

Contudo, é imperativo não negligenciar os esforços necessários para prevenir qualquer tipo de alagamento. Florianópolis conta com uma extensa rede de canais artificiais, desenvolvidos principalmente a partir da década de 1950, para facilitar o escoamento das águas pluviais e controlar enchentes. No entanto, a presença desses canais impõe desafios significativos em termos de gestão hídrica urbana, especialmente diante de episódios de chuvas intensas, frequentes no clima subtropical de nossa região.

Durante tais períodos, os canais podem ser insuficientes para drenar rapidamente as águas, resultando no transbordamento e subsequente inundação de áreas urbanizadas. Esse fenômeno é intensificado por múltiplos fatores: a urbanização acelerada contribui para a impermeabilização do solo, diminuindo sua capacidade de absorver água e aumentando o escoamento superficial; ademais, a manutenção inadequada dos canais, muitas vezes obstruídos por detritos e lixo, compromete sua eficiência.

Adicionalmente, Florianópolis enfrenta o desafio da elevação do nível do mar, um fenômeno intensificado pelas mudanças climáticas, que eleva a vulnerabilidade às inundações, particularmente nas áreas costeiras e próximas aos canais. A elevação marítima pode diminuir a eficácia dos sistemas de drenagem ao reduzir o gradiente hidráulico necessário para o escoamento da água.

Para mitigar esses riscos, é crucial que Florianópolis invista em uma infraestrutura de drenagem urbana robusta e meticulosamente mantida, incluindo a manutenção regular dos canais e a drenagem dos principais rios que desaguam no mar.

A importância dessas ações foi destacada pelas iniciativas do Prefeito Topázio, que no ano passado ordenou a limpeza dos canais, um processo que não ocorria há quatro décadas. Foram removidas milhões de toneladas de material orgânico e limpos aproximadamente 240 km de canais de macrodrenagem. Vale recordar que o período crítico de chuvas em nossa região se inicia em outubro, reforçando a necessidade dessas medidas preventivas.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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