POR BAIXO DAS TOGAS

O TJSC é a segunda instância de nossas 111 comarcas espalhadas pelo nosso interior. A Comarca corresponde ao território da primeira instância, pode ser ocupada por um único juiz, ou quando o território é maior, por vários juízes espalhados pelas diferentes varas judiciais. Contamos com 94 desembargadores e pelo menos 532 juízes, 3.744  funcionários inativos, 8.820 ativos.

Nosso ordenamento judicial pressupõe o Ministério Público, com seus 465 PJs. e 2500 funcionários, é o órgão acusador dos diferentes processos que tramitam nas Comarcas e, neste sentido, é preciso juntá-lo aos custos da nossa Justiça para que o leitor tenha uma ideia do total investido dos seus impostos.

Aos números:

ÓRGÃOORÇAMENTO 2023
TJSC RLD TESOURO2.696.749.935
OUTRAS FONTES244.668.414
FUNDO DE REAPARELHAMENTO DA JUSTIÇA511.525.516
SUBTOTAL3.452.943.865
  
MINISTÉRIO PÚBLICO RLD1.250.401.269
FUNDO PARA RECONSTITUIÇÃO DE BENS LESADOS23.144.600
FUNDO ESPECIAL CENTRO DE ESTUDOS APERFEIÇOAMENTO362.300
FUNDO ESPECIAL DE MODERNIZAÇÃO E REAPARELHAMENTO78.556.377
SUBTOTAL1.352.464.546
TOTAL4.805.408.411

Diante do quadro de despesas é possível aferir o quanto o contribuinte paga para ter Justiça em nosso Estado, lembrando que é só a Estadual.

  1. Para manter o Tribunal de Justiça R$3.452.943.865/7,3 milhões ha  = 473,00
  2. Para manter o Ministério Público R$1.352.464.546/7,3 milhões = 185,26

O custo conjunto: 473,00+185,26 = 658,26

Vale ressaltar que estes números decorrem de uma lei chamada de “duodécimos” onde o TJSC é contemplado com 9,41% e o Ministério Público com 3,98% da RLD. Não há freios sociais sobre os limites de gastos. Como as imagens que chegam ao grande público são sempre de pessoas sisudas, engravatadas, falam e agem, solenemente, obedecem a uma liturgia ultrapassada onde é comum, ver uma capa esvoaçante para emprestar um ar de pompa e suntuosidade, tem-se como correto os gastos registrados.

Todavia, cabem ressalvas. Segundo as melhores fontes disponíveis, a Justiça deveria gastar algo entre 0,30% a 0,50% do PIB, é o referencial para países desenvolvidos, onde, sabidamente, a Justiça funciona. E por aqui como anda este parâmetro?

A relação Justiça/PIB (segundo o IBGE nosso PIB é de 350 bilhões) é acachapante quando se compara com os padrões internacionais 4,805/350 = 1,37%, quase 3 vezes mais. Pelos números deveríamos gastar algo próximo de 1,75 bilhões, como se vê gastamos quase o triplo.

É um desafio contribuir para melhorar estas afrontas desoladoras. O Estado não foi feito para que algumas categorias, notadamente, aquelas ligadas ao Direito, capturem o orçamento que é de todos, de uma forma tão avassaladora como se verifica nestes segmentos. É preciso que se estabeleça o debate, se busque uma solução dentro da razoabilidade orçamentária, para não prejudicar as camadas mais pobres da população, especialmente, o pai de família.

Vale sempre lembrar que nossos orçamentos públicos são um paraíso para as despesas correntes em prejuízo das despesas de capital, as únicas que podem gerar mais renda e empregos.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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