PROIBIDO TOMAR BANHO

Ano novo velhos problemas. Fui caminhar na Praia de Cachoeira do Bom Jesus e lá estava a placa assustadora, “Proibido tomar banho”. Passei pela Lagoa da Conceição, na praia dos Ingleses, na deslumbrante praia do Bom Abrigo, no Sul, na lindíssima praia do Campeche, nas praias do Continente, da Beira Mar, e lá estava ela, alertando de que em vez do prazer de um banho você poderia levar para casa infeções causadas por Escherichia coli e outros bacilos entéricos.

A impressão que se tem é que tudo está poluído, nada escapa. Como alguns rios desaguam nos mangues é mais do que provável que muitos estão poluídos. Os guarás que aqui estiveram no mês de novembro mandaram uma carta ao Prefeito informando sobre tudo isso

(http://www.blogdotirloni.com.br/politicas-publicas/carta-aberta-do-chefe-guara-ao-prefeito-municipal/)

Qual o nosso futuro sobre isso? Lamento informar, o que está ruim, vai piorar. De onde vem estas convicções? Do conhecimento dos números da Empresa contratada para resolver nossos problemas de saneamento, a CASAN.

Nosso Plano Municipal de Saneamento cujo documento técnico veio integrar a lei municipal 9400/14, previa (prevê) investimentos da ordem de 1,5 bilhões para um prazo de 20 anos, uma média de 75 milhões por ano, mas nos iniciais, para fazer frente as iniquidades existentes, os valores seriam maiores, 128 milhões. Passaram-se 5 anos, a CASAN passou a omitir os números em seus Relatórios, mas é seguro afirmar, que sequer os primeiros 75 milhões foram devidamente aplicados. Sempre que instada a oferecer os números a ESTATAL sutilmente, informa os projetos futuros “sempre da ordem de 400 milhões ou mais”.

A CASAN faz parte das empresas estatais e como tal, consta do Orçamento do Estado que é encaminhado à ALESC e aprovado pelos deputados os investimentos que pretende realizar. Para 2020 as inversões previstas para todo o Estado, são pífias:

Abastecimento de Água R$54.075.670

Esgoto Sanitário R$231.261.934

Vale ressaltar que a receita da CASAN vem de 195 municípios em que opera. Sucede que 2 deles, Floripa e São José, geram 45% das receitas, cerca de 600 milhões. Portanto nada mais justo de que os Investimentos fossem contemplados com igual percentual. Mas não é nada disso que acontece. Há outro dado surpreendente – como a CASAN não tem poupanças próprias toma dinheiro emprestado para realizar projetos por todo o Estado, mas quem paga são as tarifas geradas aqui. É uma monumental exportação de tarifas que precisam ser contidas. Isto vem acontecendo desde que Joinville, Lages e outras cidades saíram do sistema.  

FONTES DE FINANCIAMENTOS PREVISTAS PARA 2020 (ALESC)

Recursos do orçamento de investimento – geração própria R$86.183.164

Operações de crédito de longo prazo – interna R$37.767.749

Operações de crédito de longo prazo – externa R$136.213.076

Outros recursos de longo prazo – outras fontes R$33.741.751

De ressaltar que a Empresa como o faz em seus Relatórios, igualmente, no Orçamento encaminhado à ALESC não informa em quais projetos serão aplicados os recursos informados, menciona apenas “Expansão, melhoria e ampliação das estações elevatórias de esgoto” ou Expansão, melhoria e ampliação das estações de tratamento de água” ou seja, não há “novos” investimentos.

Resta saber ainda se as Agências Externas diante de um quadro desolador da estrutura financeira, sem capacidade de endividamento, estão dispostas a emprestar mais recursos. Já os de geração própria informados são altamente suspeitos posto ter a empresa acusado vultosos prejuízos em 2017 e 2018.

Resta à população de Floripa e Região apelar à proteção de Santa Catarina de Alexandria, padroeira do Estado e de Floripa. Talvez aconteça um milagre.

DILVO VICENTE TIRLONI

PRESIDENTE DO MDV

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