TRUMP, PARTIDOS POLÍTICOS E LIBERALISMO
Ontem, 04/02/2020 Trump subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, fez o discurso anual do Presidente, um discurso que desconcertou de vez os democratas, misturou políticas de Governo com marketing de alto nível. Abriu o discurso informando que a taxa de desemprego é a mais baixa da história, ofereceu bolsa de estudo a uma estudante negra, condecorou com a Medalha da Liberdade o radialista conservador Rush Limbaugh, diagnosticado com um câncer avançado, reuniu um militar que acabara de chegar do Afeganistão com a mulher e os filhos pequenos, tudo combinado e sob forte emoção. Os republicanos estavam em êxtase, sentavam, levantavam, aplaudiam. Nanci Pelosi a jararaca democrata, atrás de Trump, espumava se ódio, até que no final, rasgou o discurso numa atitude de má educação.
Mas afinal, Trump do partido Republicano representa o que em termos de Regime Político?
A primeira constatação é de que o socialismo não funciona na América. Lá há dois partidos – o republicano no poder e o democrata, recém apeado do poder. Qual então as diferenças?
Do ponto de vista de doutrina política os dois são exatamente iguais – defendem o liberalismo. Vale lembrar que em 1789 por ocasião da Revolução francesa, berço do iluminismo e do liberalismo, quem estava lá ajudando os revolucionários era o embaixador americano e sua equipe.
Imagine um enorme rio caudaloso e chame suas águas de “aguas liberais”. Por sobre estas águas há uma espuma, ora vermelha (republicana) ora azul (democrata). O rio corre na mesma direção há mais de 200 anos, sempre foi assim, com as cores se alternando.
No momento a cor vermelha comanda o processo e seu chefe defende ações contra imigrantes, apoia compra de armas pelos particulares, rasgou tratados feitos pelo governo anterior com outros países argumentando que trouxeram prejuízos aos americanos, reduziu os impostos, impôs sanções aos chineses que “nadavam de braçada” sem nada em troca, rompeu com os iranianos por desejarem a bomba atômica e está concluindo um dos maiores muros da história, na fronteira com o México. Ainda que os Democratas fossem contra tudo isso eis que estas ações deram resultado, o País saiu de sua letargia econômica assumiu, novamente, a liderança mundial entre as nações e Trump conta com 50% de aprovação o que o leva virtualmente, a se reeleger.
Nos USA podemos falar de direita e esquerda porque ambos os termos se situam no eixo do liberalismo. Os Republicanos são mais afeitos a uma economia racional, são mais “executivos” e menos sonhadores. Já os Democratas optaram por fazer a defesa dos chamados “direitos individuais e coletivos”, defender minorias, mas jamais se arriscariam ir além destes limites e propor por exemplo, mais Estado na Economia, afrontar a teoria dos preços e a própria democracia.
Comparativamente ao Brasil, há 13 partidos que abertamente propõe o fim da democracia, da propriedade privada, da economia de mercado, alguns, empunhando a bandeira da luta armada propugnando a “transformação da propriedade privada capitalista dos meios de produção – o solo, as minas, as matérias-primas, as ferramentas etc. – em propriedade social”
Nos USA um partido que defendesse algo tão radical seria proscrito e seus líderes presos.