COMO AUMENTAR AS CONSTRUÇÕES NA CIDADE
O segmento construtivo na cidade enfrenta vários desafios e oportunidades, que vão desde a proteção ambiental até o custo dos aluguéis e construção. É notável a discrepância entre a explosão construtiva em cidades como Balneário Camboriú, Itapema e Porto Belo, em comparação com a contenção observada em Florianópolis, apesar de seu maior potencial construtivo.
A explicação para essa disparidade reside, em grande parte, nas raízes históricas das políticas de zoneamento. Inspiradas pela Carta de Atenas de 1933, liderada por Le Corbusier, estas políticas promoveram a “Cidade Funcional”, que segregava áreas urbanas em zonas distintas para habitação, trabalho, diversão e circulação. Este conceito de segregação de espaços específicos para diferentes funções resultou na criação de macro e microzoneamentos, que delinearam áreas específicas para comércio, hotéis, serviços, escolas, entre outros.
Em Florianópolis, a aplicação prática dessas ideias começou a tomar forma com o Plano Diretor implementado durante o governo de Ângela Amin (1997-2001), que introduziu uma divisão clara entre áreas rurais e urbanas, além de estabelecer uma série de microzoneamentos. Esta abordagem foi posteriormente expandida na gestão de Dário Berger (2005-2012), refletindo preocupações com o domínio das grandes construtoras sobre o desenvolvimento urbano. (Um conceito CUBANO SOCIALISTA DE PARAR A CIDADE)
Recentemente, em 2023, foram feitas tentativas de revisão das regulamentações existentes, mas a cidade ainda sofre com as limitações impostas pelo modelo de “Cidade Funcional”. Para avançar, é sugerido um modelo de “Cidade Fracionada”, onde serviços, lazer e trabalho coexistam de maneira integrada e harmônica.
Um dos caminhos para alcançar este novo modelo urbano em Florianópolis, dado as restrições do Código Florestal, é apostar na verticalidade. Eliminar barreiras regulatórias que limitam a altura dos edifícios pode ser um passo fundamental, permitindo aos empreendedores maior liberdade para definir a estrutura urbana, similar ao que é visto em cidades como Dubai e Singapura.
Este enfoque não apenas potencializará o crescimento construtivo em Florianópolis, mas também promoverá uma maior harmonia entre as necessidades residenciais, comerciais e de lazer, refletindo uma visão moderna e sustentável de desenvolvimento urbano.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE
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- KOBRASOL é um bom exemplo de verticalidade. Quando a lei afastou as limitações verticais, a Região sofreu um enorme impulso na renda, nas oportunidades e nos empregos. Saltou para o melhor bairro para se morar em São José. E as alegadas obstruções na mobilidade urbana, dificuldades com esgotamento sanitário, adensamento populacional, não se verificaram. A cidade precisa migrar do conceito de “cidade funcional” para “cidade fragmentada”. A concentração ajuda na mobilidade, muitas atividades podem ser realizada à pé, melhora a produtividade dos equipamentos urbanos e concentra a Segurança Pública em poucas áreas.
- Amostra da cidade funcional no atual PD (fatiamento) I – Área Residencial Predominante (ARP); II – Área Residencial Mista (ARM); III – Área Mista de Serviço (AMS); IV – Área Mista Central (AMC); V – Área Turística Residencial (ATR); VI – Área Turística e de Lazer (ATLV); II – Área Comunitária Institucional (ACI); VIII – Área Verde de Lazer (AVL). Não há um explicação técnica para estas divisões.