O QUE SE ESCONDE POR TRÁS DO CUn?

Ferreira Lima observando os votos do CUn.

O Conselho Universitário (CUn) da UFSC é, na prática, o “congresso executivo” da universidade. É nele que se decide tudo o que é central para o rumo da instituição. No entanto, o que se esconde por trás de suas decisões vai muito além da burocracia acadêmica. Desde o fim do regime militar, nos anos 1990, parte significativa da esquerda brasileira, antes dispersa em organizações de luta armada, partidos e movimentos sociais, passou a ocupar postos estratégicos dentro do Estado – e as universidades se tornaram verdadeiros redutos dessa hegemonia ideológica.

A UFSC, como tantas outras, foi transformada em trincheira. Sob o discurso de pluralidade e democracia, consolidou-se um domínio silencioso, que agora se revela abertamente quando tentam reescrever a própria história da universidade, propondo a retirada do nome do Reitor João David Ferreira Lima do campus.

Ferreira Lima era um democrata. Um homem que defendia os valores da família, o papel da educação e a liberdade de pensamento – justamente aquilo que incomoda setores do CUn hoje. Eles não querem apenas apagar um nome; querem apagar uma simbologia, um legado. Substituir a memória democrática e plural por uma narrativa única, enviesada, travestida de justiça histórica.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada em 2011, serviu como ferramenta para validar unilateralmente essa reinterpretação do passado. Em nome da memória, abriu-se um baú de indenizações bilionárias e recontou-se a história com um só lado da moeda. Mas o que se vê agora não é mais sobre justiça – é sobre poder. E o palco atual da disputa não é mais o espaço da ditadura ou a trincheira da resistência. É a sala envernizada do Conselho Universitário.

O que está em jogo no CUn é o velho embate entre Liberalismo e Socialismo. Uma disputa que remonta a 1789 e atravessa os séculos,  de um lado, quem acredita na liberdade individual, na propriedade privada, no mérito e no livre mercado; de outro, os que desejam tutelar o cidadão, controlar o pensamento e decidir quais memórias merecem existir.

Ferreira Lima incomoda porque foi livre. Porque educou livres. E é por isso que tentam apagá-lo. Mas a história não se apaga por decreto. E o povo não aceitará calado mais esse atentado à memória democrática brasileira.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI

EX ALUNO DE HISTÓRIA DA UFSC

PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL DIAS VELHO

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