CORONAVÍRUS E A ABERTURA DOS COFRES PÚBLICOS

Durante a campanha para presidente despontaram 03 importantes decisões a serem tomadas pelo futuro presidente:

  1. Extinguir os déficits públicos, notadamente, a Previdência
  2. Reduzir a dívida pública como uma relação do PIB (30% como meta)
  3. Manter as metas de inflação dentro do programa traçado pelo Banco Central
  4. As combinações exitosas das 03 medidas baixariam juros, inflação, dólar em equilíbrio

Quanto a primeira decisão o Governo conseguiu aprovação da Reforma da Previdência cujos déficits alarmantes (300 bilhões só em 2018) foram estancados. A seguir viriam outras reformas como a Administrativa (reduzir o tamanho do Estado), Reforma Tributária, Reforma Universitária, um imenso Plano de Desestatização, entre outras medidas, momentaneamente, retardadas.   

A segunda decisão de certa maneira está associada a primeira, reduzir a dívida pública brasileira (DPB). FHC (1995) realizou um trabalho excepcional ao incorporar a confusa dívida pública brasileira dos estados, municípios, empresas estatais e dos Bancos Estaduais (PROER) num só local – o Tesouro Nacional. Com isto Brasil ficou sabendo qual era o endividamento do Estado Brasileiro – 826 bilhões. Ao fim do seu mandato, ela representava 56% do PIB. (1,4 trilhões)

Lula recebeu o Estado brasileiro ajustado financeiramente, e entregou a D. Dilma uma dívida acrescida de mais de 885 bilhões, alcançando o patamar estratosférico de 1,7 trilhões quase 55% do PIB (3,2 trilhões).  Dilma se encarregou de elevar dívida a 2,73 trilhões, abrindo caminho para despesas de todo tipo, até financiar energia elétrica para todos.

Quando Temer assumiu o poder a dívida já era de 5 trilhões com detalhes aterradores, os juros eram de 14%. Um cálculo simples dá a dimensão dos encargos, 700 bilhões.

Como isto foi possível? Porque cresceu tanto? Justamente pelos acréscimos do déficit primário e o custo da DPB. Como o Governo não tem dinheiro para pagar as contas inclusive a amortização dos empréstimos, rola uma parte e espeta o resto na rolagem da dívida cujo círculo vicioso se repete, mais déficits mais dívida, mais juros, mais dívida. Para conter o movimento pernicioso há necessidade das Reformas citadas anteriormente.

Descrito os cenários o que acontece nestes tempos de coronavírus?

A primeira “grita” é de que o Governo tem que abrir os cofres. Ora, o Governo não tem poupanças no cofre, tão pouco poderá emitir reais, como se fosse uma grande tipografia. A única saída é “endividamento”, ou seja, terá que tomar recursos do mercado, portanto vai aumentar a dívida. Resta perguntar quanto tomar. A DPB é de 5 trilhões e o PIB de 7 trilhões uma relação de 71%. Esta relação é alta para os padrões de países em desenvolvimento.  Aqui se aplica o ditado popular “se correr o bicho pega se ficar o bicho come”. Não tem saída o Governo terá que se endividar. Caso o mercado passe a desconfiar do pagamento da dívida entra em cena o aumento da taxa de juros, hoje comportada em 3,75% a.a. Sorte nossa, imaginem uma taxa de 14,15, 20% ao ano, seria pavoroso. Falo em sorte, mas me refiro a um Governo responsável, que controla com mão de ferro as despesas, ainda que alguns irresponsáveis queiram esculhambar a Republica.

Espero que Paulo Guedes&Equipe continuem no comando com austeridade. Apoio financeiros onde necessários, mas irresponsabilidade fiscal, nem pensar. Seria o fim do Governo Bolsonaro.

ADM. Dilvo Vicente Tirloni

Presidente do MDV

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