FORÇAS DESAFIADORAS OU FORÇAS DO ATRASO
“IGUALDADE PARA OS POBRES, O RICO NÃO VAI TER PAZ”
Entre 2006 e 2012, eu como representante da ACIF e o Adv. Hélio Bairros como representante do SINDUSCON, ouvimos à exaustão a frase estúpida inserida no início deste texto. Chegava a ser patético, ir a uma reunião do PLANO DIRETOR (PD) e ouvir as forças do atraso gritarem em uníssono sob comando de partidos socialistas o bordão em destaque.
À época foram realizadas centenas de reuniões nos diferentes Distritos da Cidade e, a nossa presença era vista com desconfiança e desprezo. As forças liberais capitaneadas pela ACIF/SINDUSCON propunham que o PD se limitasse a “ocupação e zoneamento do solo”, os Mapas da Infraestrutura Urbana (estradas, túneis, terminais integrados) e as indicações de “ocupações públicas” como Escolas, Bombeiros, Hospitais, entre outras demandas. Que as demais áreas, exceto as de APPs (Lei 12.651/2012) fossem destinadas à população para seus empreendimentos particulares. Lembro que nossa proposta era a “distribuição distrital” dos empreendimentos, prédios limitados a 12 andares, podendo o investidor escolher a localização do seu negócio sem que a lei o determinasse. Haveria liberdade de escolha, os investimentos atingiriam todos os quadrantes da Ilha, abraçaria os novos conceitos de “cidade fracionada” e abandonaria a “cidade funcional” previsto na Carta de Atenas de 1933.
Nossos argumentos eram sempre técnicos, defendíamos o tripé – proteção ao meio ambiente, inclusão social, geração de renda e impostos – notadamente, a necessidade de arrumar “acomodação” para os próximos 30 anos quando Floripa atingiria a casa dos 800 mil habitantes, 400 mil a mais dos então existentes. Eram necessárias mais 100 mil residências, escolas, UPAs, e muitas oportunidades de empregos. Não se gera empregos em ambientes limitados e inseguros como Floripa.
Os “cubanos” ao contrário, desejavam justamente a política dos “puxadinhos”, nada se poderia construir, a Ilha iria afundar. E assim conseguiram um PD hostil ao capital, mas mais do que isto, abriram caminho para as invasões.
O cerne das ocupações irregulares reside no PD mal construído. É uma lei absurda, dentro dela existem dois PDs – um de ordem geral que as empresas formais devem cumprir, outro chamado “PD das Zeis” com métricas próprias feito sob medida para os invasores. Tanto assim que o PD consolidou dezenas de áreas invadidas, e mandou um recado claro aos grileiros urbanos – “invadam que depois a gente formaliza”.
Este quadro vem se agravando dia a dia. Há mais de 60 espaços conflagrados, os moradores de rua aumentam de forma exponencial, cuja origem do problema está nas limitações impostas pelo PD.
Mas sempre há esperança de dias melhores. O Hélio Bairros, informou que será candidato à Prefeito pelo Patriotas (51) pretendendo montar uma equipe que vai tratar deste problema. Para quem é empreendedor da cidade, ajudou a construir o lado formal, os empregos, a renda, é uma boa notícia.
Será uma oportunidade para debater o problema. Oremos, talvez encontremos a solução.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV