A MÃO INVÍSIVEL DOS PREÇOS

“O CAPITALISMO PRECISA DE DEMOCRACIA FORTE E INCLUSIVA PARA CONSEGUIR SE SUSTENTAR” (Rebecca Henderson, professora de Harvard)

Todos conhecem, capitalismo é um modelo econômico que exibe as forças da oferta e demanda de bens necessários à sobrevivência do homem. O encontro se dá num espaço que os economistas denominam de “mercado”. Assim há os mercados de bens de primeira necessidade, de bens intermediários, de máquinas e equipamentos, de qualquer produto ou serviço que você imaginar.

Há uma mão invisível (segundo Paul Samuelson prêmio Nobel de Economia) comandando tudo isso – a política de preços. Olhando as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles se descortina um frenético entrar e sair da Ilha desde as 4horas da manhã, caminhonetes carregadas de produtos entram e saem da cidade, todos submetidos “a mão invisível dos preços”, uns querendo vender, outros querendo comprar. Foi assim com os fenícios, com os portugueses, com espanhóis e franceses. É uma lei milenar, tudo funciona sob esta “mão invisível” não há CEOs para comandarem o processo e por incrível que pareça, ao final e cabo, tudo dá certo, os produtos chegam às casas dos consumidores.  

Não obstante, há regras a serem cumpridas e não fosse assim, os monopólios e os oligopólios poderiam comprometer todo o sistema, especialmente, produtos essenciais como por exemplo os serviços de água. Quando estamos diante de um monopólio desaparece a competição e o produtor fica à mercê para fixar o preço que quiser. Felizmente, não só para monopólios existem regras, para toda e qualquer produto ou serviço são exigidas cumprimentos de normas.

Nas democracias o cumprimento dessas regras é bem mais difícil. Nos USA ou na Europa Capitalista, o cumprimento das normas nem sempre são observadas. Há duras penalidades. A China, um País de partido único, o PCCh, comanda a economia com mão de ferro. Virou o paraíso do capitalismo, lá tudo é oferecido aos empreendedores desde a facilitação das licenças ambientais às remoções de bairros inteiros para a construção de um projeto econômico e financeiro. Os direitos individuais e coletivos são colocados de lado. A economia funciona de forma extraordinária. Na opinião da velha sabedoria chinesa, é melhor sacrificar alguns para o benefício de muitos. Desde da década de 1970 quando esta política foi adotada a China já tirou da miséria humana, mais de 500 milhões de chineses. Hoje já é a segunda economia do mundo.

Outra excelente experiência neste sentido vem da Rússia. Desde 1991 a Rússia passou por intensa privatização das suas estatais, e quem manda por lá de forma “ditatorial” é o Wladimir Putin. A economia vai bem, a Rússia é uma potência econômica, não se tem conhecimento de bagunças sociais. Seu povo concorda com o bom Governo do “Czar” Putin.  (O último czar russo Nicolau II, família Romanov, foi assassinado em 1918)

O Japão por sua formação cultural e não política, também adota comportamentos rígidos de cumprimento às normas do Estado. É a terceira economia do mundo.

Como se vê não basta democracia num País, é preciso que ela ofereça instrumentos seguros, de combate aos excessos, de combate à corrupção, de combate aos desperdícios. A Democracia exige um estado promissor, um estado promotor de bens e serviços, um estado forte focado nos interesses da população.

Lembro que na década de 1960, 80% da população vivia no campo, estado de subsistência. Passados 60 anos alcançamos o desenvolvimento econômico, mas com muitos bolsões de pobreza. É possível libertar os oprimidos destas provações, mas exige do Governante vontade e determinação e sobretudo, que nossa Democracia não resvale para o escorregador fácil da tolerância com os crimes, públicos ou privados.

ADM. DILVO CIENTE TIRLONI PRESIDENTE DO MDV

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