ALTARES LIBERAIS – LIBERDADES ECONÔMICAS

Quando estive no Vaticano apreciando as obras de arte, o teto maravilhosamente pintado da Capela Sistina, (concluído por Michelangelo que o pintou deitado), as colunas, as naves da monumental Igreja, central e laterais, tudo parecia um sonho. Fazendo comparações com a Igreja de S. Virgílio, padroeiro de Nova Trento/SC, minha terra original, tudo se parecia em escala excepcionalmente, maior. Descobri então, que dentro destas naves laterais, operava um bem montado esquema de financiamento do empreendimento, as “capelas” que eram adquiridas pelas famílias aristocráticas endinheiradas que aos domingos, se reuniam nestes espaços internos, chamando a atenção da população. Os ricos, como se constata, sempre se distanciaram dos pobres, mesmo em escala religiosa. Eram os “altares da nobreza”, ali se faziam preces, se pedia perdão, e até se enterravam os personagens importantes da época.

Feito o registro, vamos à catedral do Liberalismo.

A palavra Liberalismo vem do latim “libre” que significa livre ou de “libertas” liberdade de escolhas. Tudo começou durante o século XVIII, com os iluministas. Foram eles que criaram a expressão “Liberalismo” enfaixando 05 pilares pétreos: a vida, os direitos humanos, a propriedade privada, o livre comércio e a democracia. A vida e os direitos humanos, malandramente, foram surrupiados pelos socialistas desde o século passado,  passaram a acreditar terem o monopólio destes valores. É uma fraude histórica espalhada mundo afora. (Sempre lembrando que Montesquieu bebeu da experiência Inglesa, que havia quebrado o absolutismo monárquico 100 anos antes, durante a Revolução Gloriosa 1688/1689)

Como tudo evoluiu, os intelectuais sucessores se encarregaram de dar mais organicidade à doutrina e a segmentaram, então em 03 grandes atalhos – liberdade econômica, liberdade política e liberdade social. Hoje vamos falar de “liberdade econômica”.

Feito uma grande catedral, as liberdades econômicas contam com várias “igrejinhas” nas naves laterais, representam a “nobreza” do Sistema Econômico. Vamos relembrar os grandes “templos” deste sistema. Vamos colocar tudo em ordem alfabética para não cometer a imprudência de que um segmento é mais importante do que outro. Todos precisam conhecer as regras, adotá-las, respeitá-las, cumprir com a legislação estabelecida.

  1. Templo do comércio – Não basta fabricar é preciso vender, alcançar o consumidor final com preços e qualidade competitivos. A competição nos dá “régua e compasso” para escolher os melhores e expulsar os picaretas do sistema. Claro contando sempre com um Estado vigilante e defensor da sua população. Monopólios e oligopólios devem ser vigiados, e afastar dos negócios o compadrio político, aquele que recebe benesses do “rei”. O Brasil esta recheado de isenções fiscais, benefícios fiscais e , igualmente, taxas alfandegárias obscenas para proteger “grupos internos”. Estas práticas protetivas são nocivas à economia, devem ser afastadas.
  2. Templo da Indústria – Nenhum País será “liber” o suficiente, enquanto depender dos outros para alguma necessidade premente. O Mundo foi globalizado na década de 90, mas a COVID mostrou que nem tudo pode ser fabricado em um só País por mais competitivo que o seja. O Brasil tem tudo para ser um player global, tem matérias primas, território, população e sobretudo um povo mestiço e trabalhador que empresta uma composição étnica sem precedentes. E aqui vale lembrar os diferentes tipos de indústria, o agro, as fábricas de base, mineração siderurgia, entre outras. Caso o Brasil adote de fato o liberalismo, fundado no capitalismo competitivo, pode em menos de 30 anos, ser uma das nações mais prósperas do mundo. Ninguém avança na economia privilegiando grupos econômicos, a lei universal, é a da oferta X procura, guardadas as políticas sociais da sociedade.
  3. Templo dos Serviços – A sociedade caminha deliberadamente para uma “sociedade da informação” de serviços. Bancos, Fintechs, grandes escritórios de advogados, Contadores, Engenheiros, Médicos, hospitais, segurança, FFA, Escolas, Startups, entre outros.  A chegada do 5G nos colocará no topo destas engrenagens. O Brasil já é manifestamente, uma sociedade de serviços. O Setor já participa com 70% da formação do PIB.
  4. Templo da Tecnologia – pela sua importância no mundo moderno, a Tecnologia que sempre operou dentro de “Serviços”, alcançou status próprio, hoje opera sobranceira como um segmento independente. Sem ciência e inovação, o país não avança.
  5. Templo do Turismo – da mesma forma o setor turístico, pela importância que assume em algumas regiões do país como Floripa, merece o destaque. Na verdade, o Setor opera como um receptor de outros 80 segmentos, prontos a oferecer o que há de mais interessante nas áreas do divertimento e do entretenimento.

E agora que sabemos como funciona a catedral e suas “igrejas, o que fazer?

Imitar o que é bom, sempre foi um atalho para o sucesso. Cabe aos nosso Governantes, aos legisladores, oferecer legislação adequada para as diferentes parcerias. Hoje o Brasil é um “abismo de liberalidades” nunca um País Liberal. Precisamos fazer uma “faxina legal” mandar para o lixo da história uma legislação velha e carcomida, a velha e fascista CLT, um monumento ao desemprego, as estruturas que cuidam das relações trabalhistas como a Justiça do Trabalho um elefante branco, predador dos recursos públicos (custa mais mantê-la do que os benefícios que oferece) e sobretudo, acolher os verdadeiros liberais, não aqueles que vivem atrelados às isenções fiscais, que se negam à competição, os chamados filhotes das tetas públicas. Estes são predadores do sistema, atrapalham, atravancam o processo, perturbam as regras da boa competição. De outro lado nossos políticos precisam assumir o liberalismo econômico e não transitar por um campo “hermafrodita” da economia em que defendem um Estado balofo representado principalmente, pelas centenas de empresa estatais.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MLDV

Deixe seu comentário