CONVERSAS LIBERAIS ENTRE VINHOS E COSTELAS EM RANCHO QUEIMADO

Em uma tarde típica nas serras de Rancho Queimado/SC, um grupo de amigos, entre goles de vinho e generosos pedaços de costela, encontrava-se aconchegado em um dos chalés da região. A conversa amigável gradualmente deu lugar a um debate acalorado sobre política.

Conforme a discussão avançava, cada jovem, armado com o ímpeto típico da juventude, tentava impor sua visão política. Os argumentos eram defendidos com muita animosidade que quase beiravam a agressões. Observando a crescente tensão, um professor que participava do encontro, e que até então mantinha-se sereno como um santo, interveio. Após um gole de vinho, invocou o Código do Idoso para pedir a palavra.

Ele começou destacando a falta de verdadeiras convicções liberais entre nossos políticos. “Todos se dizem liberais, mas se mencionarmos a privatização dos portos catarinenses, imediatamente se opõem”, observou. Ele então ressaltou que discussões políticas devem se basear em princípios sólidos, que são as verdadeiras fundações de qualquer debate político.

Segundo o professor, existem essencialmente duas grandes doutrinas que dominam o cenário mundial: o Liberalismo e o Socialismo. Ele citou as exceções, como as “Ditaduras”, que podem operar sob o capitalismo privado ou estatal, e as Monarquias árabes, mas esclareceu que essas não se alinham com a filosofia liberal.

Ele delineou os cinco pilares do Liberalismo: defesa da vida, dos direitos humanos, da propriedade privada, do livre comércio, e da democracia. Para facilitar o entendimento, ele sugeriu dividir o liberalismo em três segmentos: liberalismo social (vida e direitos humanos), econômico (propriedade e livre comércio) e político (democracia com eleições diretas e sufrágio universal). Para avaliar discussões e países pensem sempre nesta classificação recomendou.

A discussão tomou um novo rumo quando um dos amigos questionou sobre o papel do Conservadorismo. O professor explicou que muitos confundem Conservadorismo com Liberalismo. No entanto, o Conservadorismo não é uma doutrina, mas sim um conjunto de valores tradicionais que as pessoas desejam preservar. Ele contrastou isso com o Progressismo, que engloba ideias em busca de mudanças, ambos os conceitos, presente tanto no Liberalismo quanto no Socialismo.

Exemplificando, mencionou o Centro de Tradições Gaúchas de São José como um movimento conservador e a liturgia milenar da Igreja Católica como um bastião do conservadorismo. Ele concluiu que os socialistas frequentemente veem o Conservadorismo como um obstáculo às mudanças que desejam implementar, daí a constante tensão entre essas visões. Ressalvou que é um oportunismo dos socialistas, combater o conservadorismo, presente de forma contudente nos países que tomaram o poder como Cuba, por exemplo.

Com essa intervenção, o professor não apenas apaziguou os ânimos, mas também enriqueceu o debate, mostrando como um entendimento profundo dos conceitos pode clarificar e aprofundar qualquer discussão política.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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