DITADURA É UMA OPÇÃO

Em um contexto onde a crença na democracia parece vacilar, uma recente pesquisa do Datafolha lança luz sobre um panorama político conturbado no Brasil. O levantamento revela que apenas 71% da população preferem a democracia como forma de governo, enquanto uma parcela não desprezível, compreendendo 7%, inclina-se pela ditadura, e 18% mostram-se indiferentes entre ditadura e democracia. Esses números não apenas refletem uma crise de confiança nas instituições democráticas, mas também um descontentamento mais profundo com o modelo de democracia praticado no país.

O Brasil, uma nação que se orgulha de sua trajetória rumo à democratização, encontra-se em um momento de reflexão sobre sua estrutura de governo e o sistema eleitoral. A forma como a democracia é exercida, particularmente o sistema de governo presidencialista operando sob uma constituição de caráter parlamentarista, tem sido fonte de frustração para muitos cidadãos. A combinação peculiar do presidencialismo com elementos parlamentaristas sem um parlamentarismo efetivo confunde e muitas vezes desanima o eleitorado, evidenciando uma lacuna entre a teoria democrática idealizada e a prática governamental.

O sistema eleitoral brasileiro, dividido entre majoritário para cargos executivos e proporcional para legislativos, enfrenta críticas severas. A falta de confiança no sistema, onde o vínculo entre eleitores e candidatos é frequentemente percebido como frágil, mina a legitimidade das instituições democráticas. No sistema majoritário, a escolha direta para cargos de liderança executiva pode alienar minorias, enquanto o sistema proporcional, embora destinado a assegurar uma representação mais ampla, às vezes resulta em resultados que desafiam a lógica do voto popular. O fato de os mais votados nem sempre serem os eleitos revela falhas significativas que precisam ser corrigidas para restaurar a fé no processo democrático.

Diante desse cenário, surge o debate de uma transição para o parlamentarismo, acompanhada da adoção do sistema de voto distrital puro, semelhante ao utilizado no Reino Unido. Tal mudança visa a fortalecer a relação entre eleitores e representantes, garantindo que cada voto tenha um impacto mais direto na composição do governo e na formulação de políticas. Ao aproximar os representantes de suas bases eleitorais, o voto distrital poderia revitalizar o engajamento político e a confiança nas instituições democráticas.

Essa discussão sobre o sistema de governo e eleitoral no Brasil reflete um desejo mais amplo por uma democracia que não apenas funcione em teoria, mas que também entregue resultados palpáveis e justos para sua população.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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