ASSASSINARAM A EDUCAÇÃO

Estamos sem escolas desde março de 2020. Os argumentos eram de que “era preciso conter o vírus”. Passados quase 12 meses aprendemos muito sobre a peste chinesa. A primeira delas é que não se propaga entre os jovens até 19 anos.

Está provado pelas estatísticas que o vírus é assintomático entre as crianças e adolescentes, salvo um ou outro que já tenha alguma comorbidade, mas nestes casos, não é propriamente o vírus o causador da morte e sim o conjunto de outros fatores que somados levam o paciente à óbito. Nestes casos é preciso manter o paciente isolado, infelizmente.

O que se lê e se projeta é que as escolas darão início às aulas em 18/2/2021 sob forte esquema de cuidados como afastamentos de carteiras, rodízio da turma (50% presentes e 50% em regime de EAD), muito álcool gel e máscaras. As razões são evitar o contágio e, sobretudo, levar o vírus “para casa” onde se encontram os pais, tios e avós, mais velhos.

A realidade não se sustenta nestes argumentos. A primeira constatação que se faz é que 80% da população adulta que tem empregos trabalha – exceto as honrosas exceções da UFSC, dos Legislativos e dos Judiciários – desde os colaboradores da saúde, enfermeiros, médicos, pessoal auxiliar, bombeiros, passando por toda a Segurança Pública, Forças Armadas, Sistemas de Transportes, comércio em geral, industrias, serviços, mercados e feiras, tudo funciona. Ora estes trabalhadores vão e voltam para suas casas, são potencialmente portadores e transmissores do vírus, e no entretanto, a preocupação com a transmissão reside naqueles que, estatisticamente, são imunes. Há algo de muito equivocado nestas decisões.

É preciso que se faça o debate com todos os segmentos que tem opiniões divergentes, não é possível seguir neste caminho da insanidade, criado pelas Redes de TVs, pela imprensa cooptada, pelas redações ideologicamente, comprometidas. Guardo convicção que em uma “mesa redonda” com um debate racional, baseado em números, as conclusões seriam bem diferentes. Não podemos assassinar nossa educação.

Tenho três netos, uma neta com 10 anos de idade, mora comigo, e dois outros, todos matriculados no Catarinense. A neta passou o ano de 2020, praticamente, sem estudar, ou melhor, de forma atabalhoada conectou-se a um EAD improvisado.

Fui professor do primário, secundário e Superior. Tenho alguma noção de pedagogia. Sou um ardoroso defensor do EAD, um modelo que ainda precisa ser aperfeiçoado, exige que nossas casas sejam adaptadas a esses novos tempos. No momento atual estamos dando os primeiros passos, mas os resultados pedagógicos são mínimos, é preciso avançar, construir os parâmetros que consolidem o modelo. Avalio que meus netos “perderam” o ano de 2020 e pelo andar da carruagem, pelas primeiras informações, podem perder o ano de 2021.

Por tudo isso como responsável pelo futuro de meus netos e por extensão de milhares de outros jovens, apelo a que a Secretaria Estadual de Educação assuma de forma corajosa a decisão de retorno às salas de aula de todos os alunos com a certeza de que ninguém será contaminado. Perder um dia escolar já causa prejuízo, imaginem 2 anos.

ADM DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

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