DÍVIDA CRESCENTE DA CASAN

O PESO FINANCEIRO SOBRE FLORIANÓPOLIS E A FALTA DE TRANSPARÊNCIA NOS INVESTIMENTOS

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) finalizou o ano de 2023 com 194 municipios no sistema, atendendo em torno de 3 milhões de pessoas, com resultados financeiros que provocaram surpresa e preocupação entre os habitantes da Região Metropolitana.

A dívida da companhia, que já era significativa, saltou de 1,6 bilhão para impressionantes 3 bilhões de reais, marcando um aumento de 88%. O que torna essa situação ainda mais alarmante é a previsão de que grande parte desses recursos será cobrada dos usuários, com a Região Metropolitana, especialmente Floriapa, arcando com a maior fatia desses custos. Notavelmente, 48% das receitas da CASAN têm origem nessa região, com a capital contribuindo com 30%. Essa distribuição desigual ressalta o peso financeiro que recai sobre os moradores de Floripa, que, por sua vez, se sentem como se estivessem “carregando a CASAN nas costas”.

Ademais, a CASAN mantém um contrato de programa com Floripa, comprometendo-se a investir, em média, cerca de 180 milhões de reais anualmente no município. Contudo, essa promessa tem sido negligenciada, nos últimos 10 anos (2014/2023) conforme evidenciado pela ausência desses valores em seus relatórios financeiros. Essa falta de transparência e comprometimento é preocupante, especialmente considerando a importância desses investimentos para o desenvolvimento e a manutenção da infraestrutura de saneamento da cidade.

Nos anos de 2022 e 2023, a CASAN destacou a continuidade da obra de esgotamento sanitário em São José, considerada a maior do gênero em Santa Catarina. Apesar da relevância dessa iniciativa, a companhia falhou novamente em não divulgar os valores investidos, deixando uma lacuna de informações sobre a destinação de recursos tão necessários à região.

Esse silêncio sobre os investimentos específicos e a disparidade na distribuição dos custos geram questionamentos sobre a gestão e a responsabilidade fiscal da CASAN, além de refletir o impacto direto dessas decisões na vida dos cidadãos da Região Metropolitana.

A situação financeira da CASAN, portanto, evidencia uma necessidade urgente de maior transparência, equidade e compromisso com os investimentos em infraestrutura de saneamento para garantir a sustentabilidade e o bem-estar da população afetada.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

CASAN opera com 04 Superintendências – SRO, SRN, SRM E SRS. A SRM e a Superintendencia da Região da Grande Florianópolis, formada por 03 Microrregiões com pelo menos 20 municípios que demandam serviços da CASAN. Na microrregião de Florianópolis são 09 municipios, 02 deles, Palhoça e Celso Ramos, independentes.

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